O Capitão José Vianna Lobo, filho de Adelaide de Sousa Lobo e João Alves Vianna, nasceu em Formosa em 31 de julho de 1.867 e, aos 40 anos casou-se com sua prima Benedita de Jesus Lobo, com quem teve os filhos Sebastião Vianna Lobo, Dolores Viana Lobo, Adelaide Viana Lobo, João Viana Lobo (João da Mata), Antonieta Viana Lobo, Celuta Viana Lobo, Celeste Viana Lobo e Maria do Rosário Lobo. Faleceu, aqui mesmo em Formosa em 29 de novembro de 1.934. Muito influente, José Vianna Lobo era farmacêutico prático, negociante e fazendeiro. Como homem público, José Vianna Lobo foi secretário da Câmara Municipal, conselheiro municipal de 1.907 a 1.911, de 1.915 a 1.918 e de 1.925 a 1.927, delegado de polícia em 1.908, suplente de Juiz Municipal de 1.914 a 1.916, deputado estadual de Goyaz em 1.921, intendente interino em 1.927 e, por decreto do Governo do Estado, em 1.931 foi nomeado presidente do Conselho Consultivo do Município, cargo que exerceu até a sua morte em 29 de novembro de 1.934.
A primeira dificuldade está na referência do nome, visto que desde 1.887 o mesmo aparece com dois sobrenomes do seu pai, ou seja, o nome dele está como José Alves Vianna Lobo. Em alguns jornais, periódicos e outros documentos o sobrenome Alves é retirado, em outros, o Lobo é tirado e, ainda em outros, o nome aparece completo, mas os assuntos aqui descritos foram devidamente certificados de que é a mesma pessoa.
Conforme o Acto de 22 de Setembro de 1.870, o Presidente da Provincia de Goyaz usando da atribuição que lhe conferem os artigos 19 da lei nº 261 de 3 de dezembro de 1.841 e 55 do regulamento n. 120 de 31 de janeiro de 1.842, resolve nomear para juízes municipais e de órfãos dos termos desta província no quadriênio de 1.871 à 1.875 os seguintes cidadãos: Formoza: Paulino de Souza Lôbo, Gabriel do Espírito Santo Cerqueira, José Alves Vianna, Urbano d'Oliveira e Silva, João Ferreira Ribeiro, e Herculano de Souza Lôbo.
No CORREIO OFFICIAL DE GOYAZ de sábado, 5 de outubro de 1.872, no resultado das eleições gerais para deputado, na Paróquia da Villa Formoza temos José Alves Vianna com 168 votos, perdendo apenas para Paulino de Souza Lobo que estava com 169 votos.
Na sessão da Câmara, de 8 de outubro de 1.887, o Secretário Francisco Alexandrino Lobo, pediu demissão do cargo e, demitido, foi nomeado José Alves Vianna Lobo, que, na mesma sessão, prestou juramento e entrou em exercício do cargo.
Na Sessão extraordinária do Conselho da Intendência Municipal de Formosa do dia 21 de junho de 1.890, quando às onze horas da manhã foi deferido o juramento aos membros da intendência municipal desta cidade, José Alves Vianna Lobo estava como secretário da câmara e ele escreveu a ata.
Em 8 de dezembro de 1.891, foi fundada, em Formosa, a Conferência de São Vicente de Paulo, por iniciativa de Olympio Jacintho de Almeida, José Alves Vianna Lobo e Paulino de Sousa Lobo, que foram secundados por companheiros dedicados, sobretudo o confrade José Jacintho de Almeida, que, eleito Presidente da Conferência, no dia 8 de dezembro de 1891, por reeleições consecutivas, ocupou dignamente esse cargo, até fevereiro de 1929.
Na sessão de 21 de junho de 1.893, foi nomeada uma comissão composta dos Conselheiros Paulino de Sousa Lobo, José Antonio de França e José Alves Vianna Lobo, para proceder a uma revista e limpeza geral no arquivo municipal, colecionar, por ano, todos os papéis de utilidade para o arquivo e separar todos aqueles que estivessem no caso de serem alijados ou vendidos em hasta pública.
Na sessão de 11 de maio de 1.908, o Conselheiro José Vianna Lobo apresentou um projeto, autorizando o Intendente Municipal a despender a quantia de 500$000, como auxílio à fundação do colégio das Educadoras Dominicanas, nesta cidade. Esse projeto foi aprovado, na sessão de 15 do mesmo mês, sendo sancionado pelo Intendente Municipal. Lei nº 79, de 16 de maio de 1.908.
Na sessão de 6 de julho de 1.908, o Conselheiro José Vianna Lobo apresentou um projeto, autorizando o Intendente Municipal a desapropriar o terreno pertencente à D. Ermelinda de Sant'Anna, na Praça da Conceição, por ser necessário à construção de um prédio para colégio de meninas. Esse projeto foi aprovado, na sessão de 9 do mesmo mês e sancionado pelo Intendente Municipal, em 17 de julho de 1.908.
Conforme o decreto n. 2184, de 26 de setembro de 1.908, o Presidente da Província de Goyaz exonera, de acordo com a proposta do dr. Chefe de Polícia, do cargo de delegado de polícia do termo de Formosa o alferes José Francisco Póvoa e nomeia para substituí-lo o cidadão José Vianna Lobo.
Na sessão de 25 de janeiro de 1.909, o Conselheiro José Vianna Lobo apresentou um projeto, criando uma aula de ensino primário, do sexo masculino, nesta cidade. Aprovado esse projeto, na sessão de 29, foi sancionado pelo Intendente Municipal. Lei nº 81 de 1º de fevereiro de 1.909.
Em novembro de 1.910 o capitão José Vianna Lobo se torna o primeiro tesoureiro do Gremio Litterario Desembargador Emilio Povoa, tendo como presidente o major Olympio Jacintho, suplente o dr. Arthur Póvoa e secretário José Theodolino. Torna-se desnecessário esclarecermos aqui os inestimáveis benefícios que a nossa sociedade teve com a alevantada ideia do major Olympio Jacintho, que por isso mesmo tornou-se desde já credor de mais uma soma de gratidão da parte do povo de Formosa que lhe deve muito e muito.
Sobre a instalação do Gremio Litterario Desembargador Emilio Povoa, o jornal A VOZ DO PLANALTO descreve:
Postaes Formosenses
Aos caros leitores de "O Planalto", os nossos cordialíssimos cumprimentos de boas festas.
De boas, de ótimas festas foi aqui para esta nossa cara terra o despontar risonho do ano novo.
Conforme havia-se previamente combinado, foi solenemente instalada ontem, 1º de janeiro, nesta cidade, a sublime instituição instrutiva e recreativa - Grêmio Literário Desembargador Emílio Póvoa -, ficando assim composta a sua diretoria: Presidente, major Olympio Jacintho; vice presidente - dr. Arthur Abdon Povoa; 1º secretário - José Theodolino; 2º secretário - Eneas Wilson Barreto; tesoureiro - capitão José Vianna Lobo.
Pela primeira vez o povo de Formosa teve ocasião de gozar as delícias de uma festa literária em que o entusiasmo atingiu as raias do delírio.
Mal a primeira aurora do novecentos e onze começara-se a enrubescer ao contato dos beijos escaldantes de Apollo, e já a expedita comissão de ornamentação composta de distintos e alegres rapazes auxiliados gentilmente pelas gracis senhoritas Anna e Balbina Prateado, atacava intrepidamente o respectivo serviço, que às três da tarde, era completo, nada deixando a desejar.
O vastíssimo prédio, onde devia se realizar a festa, ostentava já, então, um aspecto imponentemente festival e encantador!
Durante o dia que correu providencialmente esplêndido, claro, de um céu azulino e aquecido por um sol suavemente confortante, o assunto não variava. Só se falava da festa do Grêmio, que teria lugar às oito da noite.
Os relógios eram avidamente consultados a todo o instante.
Afinal soavam as sete horas e ouviu-se os primeiros rojões sucedidos pelo espoucar de bombões que se chocavam nos ares anunciando a aproximação da hora tão almejada.
Não se fazendo esperar, a afinadíssima filarmônica dirigida habilmente pelo distinto maestro Antônio Augusto de Oliveira, a essa hora, executando com arte um dobrado arrebatador, se dirigia pela rua do Visconde de Porto Seguro ao local da festa onde foi recebida com aplausos veementes do povo que rigorgitava já nos vastos salões profusamente iluminados.
Ali se achava presente a fina flor da sociedade formosense, inclusive o belo sexo que se fizera representar com admirável brilhantismo. Notava-se ali o mais expressivo contentamento, o mais vivo entusiasmo.
Às oito horas, em ponto, empossada a diretoria foi esta coberta por uma saraivada de pétalas de rosas atiradas por um grupo de belas meninas e gentis senhoritas ao som harmonioso do Hino Nacional.
Sendo imediatamente declarada aberta a sessão literária, assomou à tribuna o major Olympio Jacintho que, com a sua peculiar eloquência, produziu um discurso arrebatador, externado as suas ideias com relação ao ato e traçando a biografia do ilustre Patrono do Grêmio, sendo as últimas palavras do distinto orador seguidas de uma estrondosa e entusiástica salva de palmas.
Em seguida, usaram da palavra diversos outros sócios do Grêmio, destacando-se entre estes o exmº. sr. dr. Arthur Povoa, que discorreu admiravelmente, brilhantemente, sobre a -instrução- merecendo do auditório os mais delirantes aplausos.
Belas poesias, de alto valor literário foram recitadas pelos sr. Clarindo Augusto, Arthur Napoleão, Balduino de Castro e José de Castro.
O Grupo Cantor Juvenil dirigido pelo distinto cultor da voz - Raul Chaves, entoou durante a sessão, diversos e harmoniosos hinos, entre os quais, o formosense, da prodigiosa lavra do major Olympio Jacintho.
A sessão literária foi fechada à chave de ouro pelas gentis senhoritas Balbina e Anna Prateado, recitando aquela, com muita naturalidade, uma belíssima poesia e esta um bonito discurso análogo ao ato.
Depois de servido um copo de cerveja, deu-se começo a animada "soirè" que se prolongou até as duas horas da manhã.
O serviço de chá, do qual se encarregou gentilmente a exmª. sª. d. Maria José Chaves, na parte que lhe tocou, foi completo, nada deixando a desejar.
Foi enfim uma festa feliz, alegre e proveitosa para a sociedade formosense, e que será sempre lembrada com saudades por todos aqueles que tiveram a dita de assisti-la.
Parabéns ao major Olympio Jacintho.
Formosa, 2 de janeiro de 1.911.
J. THEODOLINO
No semanário O PLANALTO de 25 de maio de 1.912, José Vianna Lobo leva ao conhecimento das Praças Comerciais com as quais mantém relações que a firma estabelecida nesta cidade de Formosa, sob a razão de F. A. Lobo & Sobrinho, que deixando de existir a mesma em consequência do falecimento do sócio chefe - Francisco Alexandrino Lobo, continuará com o mesmo ramo de negócio - fazendas, ferragens, drogas medicinais, etc, sob a sua firma individual. outrossim, ficando a seu cargo a liquidação pertencente à extinta firma, roga as pessoas que se acharem em débito com a mesma, o obséquio de saldá-lo no mais breve prazo possível. Formosa, 1 de maio de 1.912.
Na sessão de 9 de setembro de 1.918, foi apresentado um projeto pelo Conselheiro José Vianna, destinando as rendas do cemitério para serem aplicadas exclusivamente nas obras do mesmo (Lei nº 157, de 22 de setembro de 1918);
Conforme o CORREIO OFFICIAL DE GOYAZ de maio de 1.921, José Vianna Lobo foi eleito deputado estadual pelo 4º círculo, juntamente com Octávio Monteiro Guimarães, Abel G. Pinto e Francisco A. Moraes.
Na sessão de 19 de maio de 1.925, foi lido um ofício do Dr. Moacyr José de Moraes, Delegado Regional, comunicando ter entrado no exercício desse cargo; e outro de Frei Benevenuto Casabant, convidando o Conselho para comparecer e tomar parte na recepção projetada ao Sr. Bispo, Dom Emmanuel Gomes de Oliveira, por ocasião de sua visita a esta cidade. O Conselheiro José Vianna Lôbo requereu a nomeação de uma comissão para representar o Conselho, na aludida recepção, sendo nomeada a comissão, composta dos membros da mesa e mais do mesmo Conselheiro José Vianna Lôbo.
Na sessão de 9 de setembro de 1.925, o Conselheiro José Vianna Lobo lembrou ao Conselho a necessidade urgente de acautelar-se a população contra a varíola, que estava grassando em diversos pontos do país, acrescentando que se podia encarregar ao farmacêutico João Jacintho de Almeida de adquirir, por conta da municipalidade, lympha vaccínica, em quantidade suficiente para a população e instalação de um posto vacínico, sob a direção do mesmo Sr. Essa lembrança foi bem recebida e o Presidente do Conselho ordenou que se oficiasse ao aludido farmacêutico, cientificando-lhe do ocorrido.
Na sessão de 9 de setembro de 1.925, o Conselheiro José Vianna Lobo lembrou ao Conselho a necessidade urgente de acautelar-se a população contra a varíola, que estava grassando em diversos pontos do país, acrescentando que se podia encarregar ao farmacêutico João Jacintho de Almeida de adquirir, por conta da municipalidade, lympha vaccínica, em quantidade suficiente para a população e instalação de um posto vacínico, sob a direção do mesmo Sr. Essa lembrança foi bem recebida e o Presidente do Conselho ordenou que se oficiasse ao aludido farmacêutico, cientificando-lhe do ocorrido.
Na sessão de 24 de janeiro de 1.927, fez-se a eleição da mesa do Conselho, sendo: Presidente, José Vianna Lobo; Vice-Presidente, Paulino de Sousa Lobo; Secretário, Amaro Juvenal de Almeida. Em seguida, foram eleitas as comissões permanentes.
Na sessão de 18 de julho de 1.927, leu-se um ofício do Sr. Cel. Herculano de Sousa Lobo, comunicando ter reassumido o cargo de Intendente Municipal. Nessa mesma sessão, o Secretário do Conselho, Amaro Juvenal de Almeida, propôs ao Conselho que se inserisse na ata um voto de profundo pesar, pela morte de Mathias Barreto, 2º Vice-Intendente Municipal, ocorrida a 16 do mesmo mês. Fez-se a inserção do voto de profundo pesar, na ata de 18 de julho. Na sessão de 19 de julho, leu-se um ofício do Sr. Cel. Herculano de Sousa Lôbo, fazendo ver ao Conselho que o 2º Vice-Intendente Municipal esteve em exercício do cargo de Intendente, por espaço de 16 meses, de modo que perdeu ele Herculano de Sousa Lobo o mandato de Intendente Municipal. Em vista do que, o Presidente do Conselho, José Vianna Lobo, assumiu esse cargo, até que se procedesse a eleição de Intendente Municipal.
Não tendo mais assuntos localizados sobre esse ilustre homem que muito contribuiu para o desenvolvimento de Formosa, principalmente com seus relevantes serviços prestados junto à Câmara Municipal de Vereadores, fica aqui a honra, tendo o seu nome colocado na rua que dantes era Rua da Princesa Imperial, passando em 1.894 a se chamar Rua 15 de Novembro, após sua morte passou a ter o nome, que perdura até hoje, Rua José Viana Lobo, no centro de Formosa.
Parabéns meu nobre amigo!
ResponderExcluirObrigado nobre Edvaldo
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