quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

01 de fevereiro de 1.900 a 23 de outubro de 1.903 - Tenente Coronel José Jacintho de Almeida


O Tenente Coronel JOSÉ JACINTHO DE ALMEIDA nasceu em 19 de março de 1.861 e faleceu, em Formosa, em 3 de dezembro de 1.933. O Tenente Coronel José Jacintho de Almeida era irmão do major Olympio Jacintho de Almeida e Angelina de Almeida, esta casada com o tenente Quirino Tolentino de Carvalho. Foi casado com Dª Januária Alves Vianna, com quem teve os filhos Olympio Jacintho Sobrinho, Adelaide, Marieta (esta foi freira), João Jacintho de Almeida e Luiza Jacintho de Almeida. Ten. Cel. José Jacintho de Almeida foi Procurador da Câmara Municipal, em 1.879; Escrivão de Paz, em 1.879, 80 e 81; Secretário interino da Câmara Municipal, em 1.880; Promotor Público interino, em 1.883; Juiz Municipal, de 1.888 a 1.891; Deputado Estadual, de 1.891 a 1.893, tendo sido um dos votantes da Constituinte de 1º de junho; Coletor Estadual, de 1.893 a 1.895; Conselheiro Municipal, de 1.893 a 1.895, Intendente Municipal, de 1.900 a 1.903; Observador do Posto Meteorológico, de 1.913 a 1.914; Propagandista da borracha, na zona do norte de Goiás, em 1.913, sendo o seu trabalho premiado pelo Governo da União; Presidente da Conferência de São Vicente de Paulo, de 1.891 a 1.929.
O primeiro fato que dificultou nossas pesquisas é que, um produtor rural de Natividade SP tinha o mesmo nome "José Jacintho de Almeida" e, esse mesmo chegou a ser Intendente Municipal na referida cidade em 1.907, além de ser também militar (capitão), delegado e suplente de delegado. Entretanto, as informações aqui contidas se refere comprovadamente ao nosso formosense ilustre. Podemos ter falhado em alguns fatos, exatamente por ficar nebuloso entre qual dos dois estavam sendo citados.
José Jacintho de Almeida foi procurador da Câmara Municipal de Formosa, cargo que prestou juramento a 16 de abril de 1.879, sendo dele exonerado, a seu pedido, e substituído por Felicíssimo Rodrigues de Castro, que prestou juramento, a 11 de outubro do mesmo ano.

Na sessão da Câmara, de 18 de maio de 1.881, compareceu o Escrivão de Paz, José Jacintho de Almeida, e fez entrega da quantia de 40$000, importância das multas arrecadadas, de acordo com o Regulamento do Registro civil dos nascimentos, casamentos e óbitos, a fim de ser recolhida ao cofre municipal. Essa quantia foi arrecadada de 13 de dezembro de 1.879 a 20 de novembro de 1.880.


Em 25 de janeiro de 1.883 foi emitido um ofício ao dr. juiz de direito da comarca de Formosa, mandando informar com o que se lhe oferecer, a respeito da nomeação que, segundo consta de participação oficial, fez de José Jacintho de Almeida para servir interinamente de promotor público, dessa comarca, durante a licença em cujo gozo se acha o efetivo, o cidadão Leonel de Souza Lima, adjunto do promotor nesse termo.

Em ato do dia 25 de setembro de 1.884, sob o nº 3306, o vice presidente da província conformando-se com a informação e proposta do administrador dos correios constantes no ofício n. 49, resolve nomear para exercer interinamente o cargo de Agente do correio na cidade de Formoza o cidadão José Jacintho de Almeida.

No O PUBLICADOR GOYANO de Goyaz, sábado 15 de março de 1.886, lemos que por ato de 22 de fevereiro de 1.886, concedeu-se a José Jacintho de Almeida, a exoneração, que pediu, do cargo de subdelegado de polícia do distrito de Formosa.

Na sessão de 5 de julho de 1.890, foi nomeada uma comissão de três membros, para confeccionar um novo Código de Posturas, sendo nomeados: José Jacintho de Almeida, Francisco Alexandrino Lobo e João Moreira Ribeiro.

Em 15 de Novembro de 1.890, foi recomendado como candidato do partido Centro Goyano, em que envidaram todos os esforços para a conservação da República Federal e para o engrandecimento do nosso estado, sendo que no 2º Distrito, o 19º nome é de José Jacintho de Almeida. Na apuração dos votos das paróquias exceto a de Pilar de Goiás, José Jacintho de Almeida é eleito como o 6º mais bem votado, com 3.689 votos, em 9 de abril de 1.891.

No dia 31 de janeiro de 1.891, houve, em todo o Estado, eleição de quarenta membros, sendo vinte para cada Distrito Eleitoral, a fim de votarem a Constituição do Estado de Formosa, foi eleito José Jacintho de Almeida, que foi um dos signatários da Constituição de 1º de junho de 1.891.

No jornal GOYAZ - ORGÃO DEMOCRATA de sexta feira, 1º de maio de 1.891 consta: Acha-se entre nós o sr. José Jacintho de Almeida, deputado a assembleia constituinte pelo 2º distrito do Estado. Moço inteligente, de coração aberto a todas as ideias generosas, o distinto representante do município de Formosa era aqui ansiosamente esperado pelos seus correligionários, que não podiam prescindir do seu auxílio em quadra tão difícil e cheia de perigos.

No dia 1º de junho de 1.891, às 7 horas da manhã, na casa do cidadão tenente coronel Antônio José Caiado, lugar designado pela mesa da Câmara Legislativa de Goyaz provisoriamente, reunidos os deputados em número legal, o cidadão presidente convidou os deputados a contraírem o formal compromisso de bem cumprir seus deveres pelo bodo que passa a fazê-lo e, levantando-se, no que foi acompanhado por todos os deputados presentes, proferindo a seguinte afirmação: "Prometo guardar a Constituição Federal e a que for adotada para este Estado e desempenhar fiel e legalmente o cargo que me foi confiado pelo povo". Em seguida mandou fazer a chamada e cada um dos deputados presentes, à proporção que era chamado o seu nome, dizia em alta voz: - Assim prometo!
Verificada a presença de número legal, o sr. presidente declarou instalada a câmara constituinte do Estado.
Em seguida procedeu-se à eleição da mesa definitiva, sendo eleita a mesma mesa provisória e vice-presidente o deputado Manuel Alves de Castro e 3º e 4º secretários os deputados Ricardo da Silva Paranhos e José Jacintho de Almeida.

Em 22 de julho de 1.891, o promotor público Chichorro da Motta elabora um processo iniciado por uma denúncia evidentemente inepta, por não conterem os fatos que nela se narram nem o os elementos dos crimes a que nela se aludem, processando em processos por crimes políticos o nosso deputado José Jacintho de Almeida, entre tantos outros deputados, dizendo que estes em procedimento ilegal assinaram atas inverídicas, proclamando a constituição através de crimes de sedição, por obstar a execução de um decreto de autoridade legalmente constituída, desobedecendo a autoridade no exercício de suas funções, deixando de cumprir suas ordens legais, de usurpação de funções públicas, por arrogarem efetivamente exercerem função pública sem direito. Esse processo foi arquivado em 28 de setembro de 1.892 pelo promotor público da comarca, Silvio Mauro Muniz Barretto.

Para o monumento de Felix de Bulhões construído em 1.892, José Jacintho de Almeida colaborou com 20.000$000.

Em 3 de maio de 1.893, no Paço do Conselho Municipal, presentes os seus membros, foi apurada a eleição procedida para os cargos de Juiz Adjunto, Intendente e Conselheiros Municipais, verificando-se estarem eleitos: Juiz Adjunto Vigilato Fernandes de Sousa; Intendente Municipal Antonio Dutra; Conselheiros José Jacintho de Almeida, José Felix de Sant'Anna, Angelo Chaves, Antonio Jorge Guimarães, José Fernandes de Sousa, Manoel Pedro Alves e Paulino de Sousa Lôbo.
Na sessão de 6 de maio, foram reconhecidos os Conselheiros eleitos e na de 8 prestaram eles o compromisso regimental, instalaram o Conselho Municipal, sob a Presidência do Conselheiro José Jacintho, que foi eleito Presidente efetivo, e nomeou, para Secretário José Alves Vianna Lobo, cuja nomeação foi unanimemente aprovada e prestou ele o compromisso respectivo, sendo, na mesma sessão, declarada extinta a Intendência Municipal.
O Conselho Municipal oficiou ao Presidente do Estado e ao Juiz de Direito da comarca, comunicando-lhes a sua instalação.

Conselheiros municipais de 1.894 a 15 de julho de 1.895: José Jacintho de Almeida, José Félix de Sant' Anna, Angelo Chaves, Antonio Jorge Guimarães, José Fernandes de Sousa, Paulino de Sousa Lobo, Manoel Pedro Alves e José Antonio de França.

Contribuições para Formosa como Intendente Municipal
Em 1.900 foram eleitos para Conselheiros municipais: Antonio Perillo, Honorio de Sousa Lobo, Antonio da Costa Pinto, Leolino Cesar de Sousa, Francisco Caraciolo de Sousa Lôbo, Fábio Sciencia e Manoel Pereira dos Santos, eleitos em 15 de dezembro de 1899, para o quatriênio de 1900 e 1903; sendo eleitos, na mesma ocasião, para o cargo de Intendente municipal - José Jacintho de Almeida e para Vice-Intendentes - Paulino de Sousa Lobo, Eliziário Rodrigues Chaves e Ernesto Amado da Silva.
Em sessão preparatória do Conselho Municipal, a 30 de janeiro, foram reconhecidos os Conselheiros eleitos, a 15 de dezembro, os quais prestaram o respectivo compromisso, nessa mesma sessão.
Foi instalado o Conselho Municipal, na sessão solene de 19 de fevereiro. Convidado, a essa sessão compareceu o Intendente eleito - José Jacintho de Almeida, que prestou o devido compromisso.
Da ata da mesma sessão, consta que, findo esse ato, disse o Presidente do Conselho, Major Antonio Perillo: "Que acabava de prestar solene compromisso, perante o Conselho, o Intendente eleito, Ten. Cel. José  Jacintho  de  Almeida,  um dos mais belos ornamentos e um dos caracteres mais puros da sociedade formosense, personalidade de elite, e de que o município tudo tinha a esperar; pelo seu alevantado patriotismo e pela sua atividade inteligente; que quando tinha  surgido a indicação do seu nome para ocupar o cargo de que se achava investido,  tinham  surgido também as mais lisonjeiras palavras de aprovação e entusiasmo e as mais inequívocas provas de animação e contentamento por parte de todos; que havia certos homens que tinham o privilégio de atrair  a admiração de seus concidadãos: o Ten. Cel. José Jacintho de Almeida - era um desses". Referiu-se à sua passagem no Congresso Estadual, por ocasião da Constituinte e terminou, felicitando-o e desejando-lhe uma administração fecunda de benefícios, em prol do município.
José Jacintho de Almeida, pedindo a palavra, disse: "Que sentia-se, naquele momento, comovido por tantas provas de delicadeza por parte do Conselho e de todo o povo de Formosa, e, ao mesmo tempo, animado ao investir-se daquele cargo de tantas responsabilidades, porque contava com o auxílio  de  um Conselho otimamente organizado; porque contava com o auxílio valioso do digno magistrado, Dr. Emílio Francisco Povoa, Juiz de Direito da comarca; com o auxílio de todas autoridades e com todo o povo de Formosa, sempre bom, ordeiro e obediente"; e terminou, saudando o Conselho.
Consta, da sessão de 3 de março, que, por proposta do Intendente Municipal, foram nomeados: Subintendente deste Distrito -  João Gonçalves de Oliveira, que prestou o respectivo compromisso, na sessão de 5; e do Distrito de Santa Rosa - Antonio Gonçalves de Barros Sambaiba.
Na praça da Concórdia está o cemitério, construído pelo Pe. Thomé da Silva Botelho, de 1863 a 1864. Em 1882, foi a sua área aumentada pelo lado do fundo, por deliberação da Câmara Municipal, que orçou os serviços em 613$500. Mesmo com esse aumento, foi a área do cemitério julgada insuficiente, pelo que o Conselho Municipal, pela Lei nº 42, de 19 de maio de 1.900, autorizou ao Intendente Municipal, Ten. Cel. José Jacintho de Almeida, a despender até a quantia de dois contos de réis com os trabalhos do cemitério. Esses trabalhos foram o aumento da área em dobro, pelo lado do Sul, e de remodelação do seu frontispício, que ficou por concluir-se, até 1.930 não estava pronto.
Durante o ano de 1.900 consta terem sido sancionadas as leis: Regimento interno deste mesmo Conselho (Lei nº 40, de 17 de maio de 1.900), autorização de melhoramentos  do  cemitério  (Lei  nº 41,  de  18  de maio  de  1.900) e abertura  de uma rua (na época Travessa da Visconde para o largo do cemitério, passando a chamar Travessa Tiradentes e hoje Rua Waldomiro de Miranda, rua em que recebeu os ex-prefeitos capitão Ângelo Chaves e fazendeiro Jair Gomes de Paiva), nesta cidade (Lei  nº 42, de 19 de maio de 1.900); e, finalmente,  remetendo  cópia do contrato firmado por João Antonio Ferreira Durães, relativo ao fornecimento de carne à população desta cidade, a fim de que fosse o mesmo submetido à aprovação do Conselho. Foi aprovado e convertido em lei, sob o nº 37, de 7 de março de 1.900. Na sessão de 17 de novembro, foi aprovada a redação do projeto, autorizando o Intendente Municipal a despender a quantia de oitocentos mil réis com a construção de uma ponte sobre o ribeirão - Santa Rita. Lei nº 45, de 30 de novembro de 1900.
Na sessão de 18 de março de 1.901, foi aprovada a redação do projeto, autorizando o Intendente Municipal a mandar construir uma ponte sobre o ribeirão - Samambaia, projeto esse apresentado na sessão de 13 de janeiro, pelo Conselheiro Francisco Caraciolo de Sousa Lobo.

Em 1º de novembro de 1.903 teve lugar a instalação solene do Conselho Municipal e bem assim a prestação de compromisso e posse do novo Intendente Municipal. As últimas palavras do Presidente do Conselho, declarando, em voz alta - estar reconhecido e empossado do cargo de Intendente Municipal deste município, o cidadão Francisco Caraciolo de Sousa Lobo, foram seguidas de uma estrondosa salva de palmas.
Nesse ato, pedindo a palavra, o Dr. Theophilo de Azevedo disse que incumbido por diversos circunstantes, rendia, em nome do povo formosense, ao ex­ Intendente Municipal, Ten. Cel. José Jacintho de Almeida, os mais sinceros agradecimentos pela patriótica administração prestada ao município, durante o quatriênio que expirava. José Jacintho de Almeida, agradecendo, disse que não prestou ao município a medida de seus desejos, em razão das muitas dificuldades com que lutou.

Em 3 de novembro de 1.903, foi recebido na capital do estado, um ofício de 19 de outubro de 1.903 onde o então intendente municipal José Jacintho de Almeida encaminha cópia de todas as leis sancionadas por ele em todo o mandato, de 1.900 a 1.903.

No relatório do ALMANAK LAEMMERT do Rio de Janeiro para 1.903, José Jacintho de Almeida figura como negociante formosense, juntamente com Lôbo & Irmão, Dutra & Irmão, Lôbos & Sobrinhos, Antonio da Costa Pinto, Olympio Jacintho de Almeida, José Fernandes de Sousa, Valeriano Rodrigues de Castro, João de Souza Villa Real, Leolino Cesar de Souza, João Alves de Souza Joca, José Alves de Souza Ribeiro e Carlos Bianchi. Essa informação se repete em 1.904, 1.905, 1.906, 1.907, 1.908, 1.909, 1.910. No mesmo relatório de 1.916, José Jacintho figura como dentista, posição que vemos também em 1.918, 1.919, 1.921, 1.922, 1.924, 1.925 e 1.926. Lembramos que esse relatório sempre relata o que aconteceu no ano anterior.

Em Formosa, ele atuou também como relojoeiro de primeira linha, ourives, negociador de fazendas, mercadante, negociante, lojista, entre outros. Um requerimento de 16 de janeiro de 1.905 de José Jacintho de Almeida, pede que se elimine o seu nome dos lançamentos dos impostos sobre indústrias e profissões e de licença para vender fumo, procedido pela coletoria de Formosa para o presente exercício de 1.905, alegando haver fechado, a 31 de dezembro último, o negócio que possuía naquela cidade. Em 21 de setembro de 1.905 foi concedido esse requerimento.

Em 1.913, José Jacintho de Almeida exerceu o cargo de observador da Estação Meteorológica de Formosa, inclusive sendo premiado em 150$000 com a recompensa conhecida pelos artigos 31 e 34 do regulamento a que se refere o decreto 9.082, de 3 de novembro de 1.911. O Posto Meteorológico de Formosa foi instalado a 22 de janeiro de 1913, pelo Dr. Alberto Lacourte, atual chefe do almoxarifado do Instituto Central do Rio de Janeiro. Tomou posse dos respectivos serviços, José Jacintho de Almeida, até junho de 1914, sendo seu ajudante - Clarindo Augusto. Conforme o livro "Álbum de Formosa" do formosense Alfredo A. Saad, José Jacintho de Almeida. que foi escolhido porque, além de pertencer ao grupo do poder, era relojoeiro e, por isso, apto a cuidar de mecanismos de precisão, como o barômetro aneroide lá instalado. Logo o indicado descobriu que o cargo não era de grande importância. E desdenhou aquele posto, que se mostrou indigno do seu valor como relojoeiro de méritos. E passou-o a Balduino Pinto de Castro.

Em 19 de outubro de 1.915, o ministro da Fazenda nomeou Joaquim Dutra para o lugar de coletor das rendas federais de Formosa, Estado de Goyaz e declarou sem efeito a nomeação de José Jacintho de Almeida para o referido lugar. 

Conforme o DECRETO nº 7256, de 28 de setembro de 1.921, o Presidente do Estado resolve declarar sem efeito a nomeação do cidadão José Jacintho de Almeida para o cargo de promotor público da comarca de Formosa por não ter prestado compromisso no prazo legal e nomear para o referido cargo o cidadão Dário Cruz.


FATOS IMPORTANTES
Louvor na Guerra do Paraguai
Nos anais da Guerra do Paraguai, através do Comando em Chefe de todas as forças brasileiras em operações contra o Governo do Paraguay, em 27 de abril de 1.869, conforme a ORDEM DO DIA N. 5, Sua Alteza, o Sr. Principe, marechal de Exército e comandante em chefe manda louvar no 2º CORPO DE EXÉRCITO, 3º Batalhão de Infantaria o então 2º Sargento José Jacintho de Almeida.

Corporação Musical 24 de dezembro
Em 1873, chegou a Formosa uma companhia de cavalinho: companhia de D. Carlota. 
Foi a melhor que já veio a esta cidade, não só quanto aos preparativos do circo, como quanto aos animais adestrados e aos artistas, que a compunham. 
Trazia essa companhia uma banda de música e dela ficou em Formosa um músico, Antonio Martins, natural de Bagagem (Estrela do Sul), que organizou a primeira banda de música de Formosa. Primeira, porque não houve outra anterior e porque ainda não apareceu outra composta de músicos melhores. 
Dentre os discípulos de Antonio Martins, sobressaíram dois: Rufino Rodrigues Fraga, requintista, e José Fidencio de Sousa Lôbo, pistonista de nomeada, verdadeiro maestro, que chegou a ser. 
Foram discípulos dele, além desses dois: Norberto Soares de Sousa, João Fernandes de Sousa, Benedicto Ferreira das Neves, Fidencio de Oliveira Junior, Francisco Alexandrino Lôbo, Modesto Moreira Ribeiro, João Rufino de Camargo e José Jacintho de Almeida. Só este último ainda vive, em 1930, e todos mais, que receberam aplausos dos formosenses pela execução perfeita de peças musicais, já descançam na eternidade, lembrados com saudades. 

Construção da Matriz Nossa Senhora da Conceição
Em 1.896, para dar continuidade à construção da Matriz Nossa Senhora da Conceição e promover os festejos da Semana Santa de 1.897, foi criada uma nova comissão, ficando assim constituída: Srs. Cel. Vigilato Fernandes de Sousa - Presidente; Ten. Cel. Francisco Alexandrino Lobo - Tesoureiro; Ten. Cel. José Jacintho de Almeida - Secretário; e membros: Cel. Valeriano Rodrigues de Castro, Dr. Emilio Francisco Povoa e Cel. Antonio Dutra. 
Nessa mesma data, 19 de abril de 1896, a comissão deliberou, para consecução dos trabalhos da nova matriz, nomear pessoas idôneas para angariarem donativos em toda freguesia, empregando todos os meios ao seu alcance para obtenção de esmolas, como sejam leilões mensais, folias, etc.; e que estas deliberações seriam executadas quanto antes. 
Da ata da 8ª sessão da comissão, em 9 de maio de 1897, consta ter o membro - Cel. Antonio Dutra deixado voluntariamente de fazer parte da comissão, tendo sido substituído por Arthur Abdon Povoa. Consta mais da mesma ata que foram admitidos como suplentes dos membros da comissão os Srs. Antonio da Costa Pinto, José Alves Vianna Lobo e Paulino de Sousa Lobo; que, feita a eleição de nova diretoria, foram eleitos: José Jacintho de Almeida - Presidente; Valeriano Rodrigues de Castro - Vice-Presidente: Francisco Alexandrino Lobo - Tesoureiro; e Arthur Abdon Povoa - Secretário; e que foram incumbidos os membros - Francisco Alexandrino Lobo e Valeriano Rodrigues de Castro: este de fazer aquisição de tábuas para portas e janelas e aquele de telhas. 

Conferência São Vicente de Paula em Formosa
Aos oito dias do mês de dezembro de 1.891, dia da festividade da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem, pelas doze horas, se reuniram, no corpo da Igreja Matriz de Formosa, os Srs.: Olympio Jacintho de Almeida, José Jacintho de Almeida, José Alves Vianna Lôbo, Paulino de Sousa Lôbo, Moysés Francisco da Vizitação Barreto, Francisco Caraciôlo de Sousa Lôbo, Valeriano Rodrigues de Castro, Ignacio Pereira de Araujo, Rufino Rodrigues Fraga, Flavio Luiz Tavares, Fidencio José de Oliveira, José Joaquim Alves Vianna, José Fernandes de Oliveira, Marinho de Paula Ribeiro, Izaias Pereira da Costa, Felicissimo Rodrigues de Castro, João José da Costa Pinto, Felix de Sousa Villa Real, Antonio Baptista da Cunha, Manoel Eduardo Nunes. Pedro Pereira de Artiaga Sobrinho, Leolino Cesar de Sousa, Affonso Coêlho da Silva Campos e Velusiano Rodrigues de Castro. Assumindo a presidência, interinamente, Olympio Jacintho expôs os fins da Sociedade de São Vicente de Paulo e concluiu convidando as pessoas presentes àquele ato para se organizar em Formosa uma Conferência de São Vicente de Paulo. Aceito o convite, carinhosamente, ocupou o lugar de secretário ad hoc o Professor Moysés Francisco da Vizitação Barreto, e procedeu-se a eleição do Presidente, por escrutínio secreto, tendo obtido maioria José Jacintho de Almeida. Este, agradecendo a sua eleição, declarou de votos - aceitar, com prazer, o cargo e confiar no concurso generoso de todos os associados, a fim de serem cumpridas, do melhor modo possível, as disposições regulamentares e, assumindo a presidência, fez a nomeação dos membros componentes da mesa, sendo para 1º e 2º Vice-Presidentes José Alves Vianna Lôbo e Rufino Rodrigues Fraga; para 1º e 2º Secretários - Olympio Jacintho de Almeida e Paulino de Sousa Lôbo; para Tesoureiro - Ignacio Pereira de Araujo. Em seguida, o Presidente declarou instalada a Conferência e admitidos como membros da mesma todos os Srs. que tomaram parte na sua fundação; designou o domingo próximo, 13 de dezembro, para a primeira reunião ordinária, que seria no mesmo edifício e na qual se fixariam os dias em que teriam lugar as sessões seguintes. Finalmente, o Tesoureiro procedeu à coleta, que rendeu a quantia de dezessete mil cento e setenta réis (17$170), e levantaram-se os trabalhos, recitando a oração estabelecida pelo Regulamento da Sociedade de São Vicente de Paulo". 
A Conferência de São Vicente de Paulo escolheu para sua Padroeira a Imaculada Conceição e festejou a sua agregação ao Centro de Paris, em 19 de janeiro de 1.903, tendo estado em retiro espiritual, nos dias 17 e 18, os membros da Conferência, que receberam a Santa Comunhão na missa celebrada no dia 19 e se reuniram, em sessão ordinária, nesse mesmo dia, às 5 horas da tarde, na Igreja Matriz. 
Nessa sessão, o Presidente efetivo - José Jacintho de Almeida, em frases singelas e tocantes, congratulou-se com os confrades pelo feliz e transcendental acontecimento, qual o da agregação da Conferência ao Centro de Paris e do qual grandes benefícios deveriam resultar para ela, fazendo votos para que a Conferência se reanimasse mais e entrasse em nova fase de prosperidade; terminando as suas palavras, pedindo ao Presidente de honra, Revmo. Pe. Trajano Balduino de Sousa, Vigário da Paróquia, que fizesse a leitura da carta de agregação. 
Tomando a palavra, fez o Revmo. Pe. Trajano brilhante alocução, dirigindo parabéns à Conferência pelo auspicioso fato de sua agregação ao Centro de Paris, passando, com isso, a receber as indulgências que lhes são concedidas e a gozar as graças que daí procedem. Disse que a Conferência andou muito bem, escolhendo a Imaculada Conceição para sua Padroeira, porquanto sob a proteção da Santíssima Virgem tudo prospera e se santifica. Fez diversas outras considerações, em belo e edificante discurso, pondo em prova, mais uma vez, os seus invejáveis dotes oratórios, e terminou, fazendo a leitura da carta de agregação, que tem a data de 28 de julho de 1.902, assinada pelo Presidente Geral da Sociedade, em Paris. 
A Conferência de São Vicente de Paulo, de Formosa, lutando sempre com parcos recursos e passando mesmo por fases desanimadoras, nunca deixou de funcionar e praticar a Rainha das Virtudes, que é a sua missão, graças ao espírito religioso de alguns de seus membros, sobretudo à tenacidade do seu Presidente José Jacintho de Almeida, que sempre enfrentou e resolveu as dificuldades que encontrava na sua manutenção. 
Eleito Presidente da Conferência, no ato da sua fundação, José Jacintho de Almeida foi sempre reeleito para esse cargo, que ocupou dignamente e sem interrupção, por espaço de 38 anos, isto é, até que, por reiterados pedidos de exoneração, foi substituído, em fevereiro de 1.929, pelo confrade - Paulino de Sousa Lôbo. Este e o confrade José Vianna Lobo fazem parte da Conferência, desde a sua fundação, prestando-lhe os mais relevantes serviços, auxiliados por outros confrades que se compenetram bem do cumprimento de seus deveres. 
Outros muitos Vicentinos, de saudosa memória, já foram receber na eternidade a recompensa de seus atos de beneficência. 

Casamento da Filha
Realizou-se no dia 5 de abril de 1.923 o enlace matrimonial do jovem Mário Ribeiro Chaves, negociante em Formosa com a senhorita Luiza Jacintho de Almeida, filha do sr. coronel José Jacintho de Almeida, cirurgião-dentista aqui residente. Nós conseguimos informações também sobre outro filho por nome de Olympio Jacintho Sobrinho.

Entronização solene de Cristo Crucificado na sala do Tribunal do Júri da cidade de Formosa. 
No dia 4 de novembro de 1928, às 3 horas da tarde, presente seleto auditório, houve uma sessão solene, presidida pelo Juiz de Direito da comarca, Dr. Moacyr José de Moraes, com o fim de entronizar, na sala do Tribunal do Júri, uma imagem de Cristo Crucificado. 
Foi a sessão no Paço Municipal, onde é a sala do Tribunal do Júri. 
Benta a imagem pelo Revmo. Frei Grigorio Aleixo, vigário da Paróquia, teve a palavra o exímio orador sacro. Revmo. Dr. Frei Henrique d'abbadia, que discorreu brilhantemente sobre o ato, que se praticava. 
Também ouviu-se uma linda poesia de "Cristo no Júri", proferida pela normalista - Helena Nasser; um discurso análogo ao ato, feito pelo Promotor Público da comarca, Doutorando José Balduino de Souza Decio; e, finalmente, um discurso do Dr. Juiz de Direito, Moacyr José de Moraes, agradecendo o concurso de todos aqueles que trabalharam para a efetividade de tão sublime ato religioso. 
Foi a bênção da imagem paraninfada por Pedro de Sousa Borba, Benedicto Galvão de Moura Lacerda, José Jacintho de Almeida e José Vianna Lôbo, com D. Maria Angelica Ferreira de Oliveira, D. Benedicta de Jesus Lôbo, D. Maria Juvenal Dutra e D. Felismina Barbosa Borba. 
Estiveram presentes ao ato as Revmas. Irmãs Dominicanas, com as alunas do Colégio São José e mais pessoas gradas, de fora e do seio da sociedade formosense, como sejam: os Drs. Cloves Roberto Esselin, Juiz de Direito de Santa Luzia; Antonio Americano do Brasil, médico, residente em Santa Luzia; Alceu Galvão de Vellasco, Heitor de Moraes Fleury e Francisco Lobo, advogados no fôro de Formosa; Manoel Gonçalves da Cruz, engenheiro agrônomo; Antonio Juvenal de Almeida, contador e distribuidor do Juízo; os Escrivães do 1º e 2º Ofício, Leolino Cesar de Sousa e Joaquim Armando Borges, com o Escrivão de Órfãos, Silvino Oppa. 
O Exmo. Sr. Presidente do Estado, Dr. Brasil Caiado, foi representado pelo Cel. Pedro de Sousa Borba, tendo também estado presentes o Revmo. Frei Manoel Maria Wolzstyniak, Dominicano, e diversos Srs., e Sras., que deixaram os seus nomes na ata que se lavrou, relatando tudo que houve na entronização da imagem. 



Com dignidade e honra seus restos mortais repousam juntamente com a sua digníssima esposa, dona Januária Alves Vianna no cemitério da Praça da Concórdia, local em que ele próprio promoveu a ampliação. Seu túmulo está ao lado do túmulo de seu irmão Olympio Jacintho de Almeida.

Em sua homenagem, tivemos a Praça Intendente José Jacintho, que, através do DECRETO-LEI N.º 36 de 22 de dezembro de 1.938 passa a se chamar Praça São Sebastião, caindo no uso e costume de ser chamada Praça da Cadeia e, na década de 1.990, por lei ou decreto desconhecido, passa a se chamar Praça da Bíblia.
Hoje, em homenagem a esse ilustre varão formosense, temos a Rua José Jacinto no Jardim Califórnia.

Família e descendência

As primeiras fotos que nos chegaram é de Olympio Jacintho Sobrinho e sua esposa Adélia.

Um comentário:

  1. Agradeço o compartilhamento da história dessa alma que por Formosa fez. Nos acharemos nas estrelinhas da vida de nossos antepassados. Somaremos aos atos deles e levaremos adiante o Bem Comum.

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