O major OLYMPIO JACINTHO DE ALMEIDA nasceu em 3 de abril de 1.868 e faleceu aqui em Formosa em 23 de março de 1.938. Casou-se por três vezes, sendo a primeira com Davina Teixeira Marys que, falecendo em 23 de agosto de 1.931, Olympio Jacintho casou-se novamente com Maria Jesuína da Natividade que, também falecendo em 15 de setembro de 1.935, casou-se pela terceira vez com Judith Neves Jacintho. Era irmão do Tenente Coronel José Jacintho de Almeida e Angelina de Almeida, esta casada com o tenente Quirino Tolentino de Carvalho. Não consegui relato de filhos de Olympio Jacintho com dona Davina, mas nessa época sabemos que ele criava tanto a Olympio Jacintho Sobrinho (filho de José Jacintho), quanto Rita Jacintho de Paiva, ela que era mãe de Olympio, esposo de Walda Miranda de Paiva, autora da Bandeira Municipal de Formosa. Na terceira núpcias teve a filha Maria Antonia Jacintho, pioneira como professora no Distrito Federal. Como homem público, Olympio Jacintho de Almeida, foi membro do Conselho da Intendência, em 1890 e 1891; defensor de réus no Tribunal do Júri, em 1890, 1907, 8, 9, 12, 14, 15, 24, 26 e 1.928; procurador departes em Juízo, de 1.890 a 1.894 e de 1.903 a 1.913; Promotor Público da comarca, de 1.894 a 1.902; Vice-Intendente Municipal, de 1.903 a 1.907; Conselheiro Municipal de 1.907 a 1.919 e de 1.927 a 1.930; Juiz Distrital de 1.921 a 1.927. Foi um dos sócios fundadores da Conferência de São Vicente de Paulo, em 8 de dezembro de 1891, como seu primeiro secretário. Por falta de agrimensor formado, fez o serviço de agrimensura: da fazenda do Riacho, em 1.910, e do Palmital, em 1.913, quando foram divididas.
O major Olympio Jacintho de Almeida foi um memorável formosense, tanto que abnegou a eleição como deputado para estar à frente do município quando esse passava por uma crise governamental durante o período do intendente Francisco Caraciolo de Sousa Lobo não estava conseguindo governar com eficiência.
Como influenciador na Igreja Católica de Formosa, sabemos que a igreja era um edifício de aspecto colonial; foi reparada em 1863, pelo Padre Antonio Thomé da Silva Botelho e, em 1898, por Olympio Jacintho, auxiliado por José Alves de Souza, José Alves de Souza Ribeiro, João Evangelista de Paiva e Eduardo José de Paiva. Foi demolida, em 1915, por Frei Manoel Maria Wolstyniak, que empregou grande parte do seu material na construção da igreja de Santo Estevam, situada na mesma praça da demolida, a qual atualmente tem a denominação de Praça Ruy Barbosa.
Da ata do Conselho da Intendência Municipal, de 16 de dezembro de 1.890, consta ter o Bacharel, José Brazileo da Silva Dourado, entrado no exercício do cargo de Juiz Municipal e de Órfãos, deste Termo, em 12 do corrente mês; assim como consta da mesma ata serem membros do Conselho: Honorio Pereira Dutra e Olympio Jacintho de Almeida e, terem sido nomeados Olympio Jacintho e Antonio Dutra para confeccionarem o orçamento da receita e da despesa, que haviam de vigorar no ano seguinte.
Em 1.891, foram membros do Conselho Municipal de Intendência, até 5 de agosto: Angelo Rodrigues Chaves, Presidente; Antonio Pereira Dutra, Reginaldo José Pires Negro, José Fernandes de Sousa, Honório Pereira Dutra, Olympio Jacintho de Almeida e Antonio da Costa Pinto, membros. Em 5 de agosto, houve uma reunião extraordinária do Conselho da Intendência, na qual, reunidos os Intendentes Francisco Alexandrino Lobo, Presidente; e os membros Olympio Jacintho de Almeida, Ignacio Pereira de Araujo e José Pereira de Araujo; o Presidente motivou o fim da reunião dizendo ser ela para eles prestarem juramento do cargo, de acordo com o ato de 16 do mês passado, do cidadão Governador do Estado, que cassou os poderes dos membros do Conselho que até então funcionou.
Em 8 de dezembro de 1.891, foi fundada, em Formosa, a Conferência de São Vicente de Paulo, por iniciativa de Olympio Jacintho de Almeida, José Alves Vianna Lobo e Paulino de Sousa Lobo, que foram secundados por companheiros dedicados, sobretudo o confrade José Jacintho de Almeida, que, eleito Presidente da Conferência, no dia 8 de dezembro de 1.891, por reeleições consecutivas, ocupou dignamente esse cargo, até fevereiro de 1.929.
Em 1.892 permaneceram em seus postos de membros do Conselho da Intendência Municipal, até 21 de abril, os intendentes: Francisco Alexandrino Lobo, Olympio Jacintho de Almeida Ignacio Pereira de Araujo, José Pereira de Araujo e Antonio Jorge Guimarães. De 21 de abril em diante, foram Intendentes: Angelo Rodrigues Chaves, Antonio Pereira Dutra, Honorio Pereira Dutra, José Fernandes de Sousa e Antonio da Costa Pinto.
Na sessão do Conselho, de 21 de janeiro de 1.892, o Presidente, Francisco Alexandrino Lobo, declarou “que, depois da infausta notícia chegada neste município, do falecimento de Dom Pedro de Alcântara, sendo esta a primeira sessão em que este Conselho conta número para seus trabalhos, propunha que se lançasse na ata de hoje um voto de sincero pesar por esse lamentável acontecimento e assim como suspendia os trabalhos para o dia seguinte”. A proposta foi unanimemente aceita e levantou-se a sessão, sendo a ata assinada pelos Intendentes: Francisco Alexandrino Lobo, Olympio Jacintho de Almeida, Ignacio Pereira de Araújo, José Pereira de Araújo e Antonio Jorge Guimarães, e pelo Secretário José Alves Vianna Lôbo.
Em 28 de abril de 1.899, Olympio Jacintho de Almeida, promotor público da comarca de Formosa, pediu 3 meses de licença para tratar de sua saúde onde lhe fosse conveniente. Essa licença foi concedida. Na época as funções foram passadas para o sub promotor interino Arthur Augusto de Loyola.
Em 1.903, o nome de Olympio Jacintho de Almeida passa a figurar como negociante da cidade de Formosa, repetindo em todos os anos vindouros. Nesse mesmo ano, para Intendente Municipal, foi eleito - Francisco Caraciolo de Sousa Lobo e para vice-Intendentes - Olympio Jacintho, Firmino do Amaral Bragança e Manoel Alves de Sousa. Por não ter sido um governo eficaz, em 02 de setembro de 1.905 Caraciolo desiste do cargo e Olympio Jacintho precisou assumir.
Em 17 de outubro de 1.904, pelo Conselho Municipal, foi apurada a eleição, procedida a 7 de setembro próximo passado, para dois Deputados Estaduais, por este círculo, tendo sido eleitos: Dr. Arthur Abdon Povoa e Olympio Jacintho de Almeida. Este perdeu o mandato por não comparecer à Câmara, que se reuniu em duplicata, embora fosse diplomado por ambas.
Em 17 de outubro de 1.904, pelo Conselho Municipal, foi apurada a eleição, procedida a 7 de setembro próximo passado, para dois Deputados Estaduais, por este círculo, tendo sido eleitos: Dr. Arthur Abdon Povoa e Olympio Jacintho de Almeida. Este perdeu o mandato por não comparecer à Câmara, que se reuniu em duplicata, embora fosse diplomado por ambas.
Em novembro de 1.904 foi conhecido o resultado da apuração nos 2º, 6º e 7º círculos, sendo diplomados os Srs. Abel Coimbra, Rocha Lima, Paranhos, Reginaldo Póvoa e Olympio Jacintho.
Na sessão de 2 de setembro de 1.905, foi lido um ofício do Intendente Municipal, Francisco Caraciolo de Sousa Lobo, renunciando o cargo, pelo que foi designado o dia 2 de outubro próximo, para eleição de Intendente Municipal e de um Conselheiro, na vaga aberta pela renúncia de Fortunato Roque de Oliveira.
Em 2 de novembro, foi apurada a eleição para Intendente Municipal e um Conselheiro, sendo eleitos: Intendente Municipal - José Fernandes de Sousa e Conselheiro - Leolino César de Sousa e Felippe Ferreira das Neves.
Assim, a partir da sua renúncia, assumiu interinamente o vice-intendente major Olympio Jacintho de Almeida.
Foram eleitos para o quatriênio de 1907 a 1910: Olympio Jacintho de Almeida, José Vianna Lobo, Pedro Baptista Francez, Guerobino Justiniano de Mello, João Gonçalves de Oliveira e Pedro da Costa Pinto. Nessa mesma data, foram reconhecidos: Intendente Municipal - Honório de Sousa Lobo, 2º Vice Intendente - Major Antonio Albino Pinto de Castro.
Na sessão de 1º de novembro, foi solenemente instalado o Conselho Municipal, e, pelo Presidente interino - Olympio Jacintho de Almeida, foi deferido o compromisso ao 2º Vice Intendente Municipal - Major Antonio Albino Pinto de Castro, que se assentou à direita do Presidente, tomando lugar à esquerda o Cel. Valeriano Rodrigues de Castro, Juiz Municipal, deste Termo. Prestado o compromisso, declarou o Presidente de Conselho reconhecido e empossado no cargo de 2º Vice Intendente Municipal o Major Antonio Albino Pinto de Castro.
Em seguida, fazendo-se a eleição da mesa efetiva do Conselho foi eleito o Conselheiro - Olympio Jacintho de Almeida para Presidente. Este, que interinamente ocupava esse cargo, agradeceu aos seus colegas a honra que lhe dispensaram e, em frases bem claras, chamou a atenção deles para o compromisso, que acabavam de prestar, convidando a todos filhos genuínos e adotivos desta terra, a trabalharem unidos para o engrandecimento da mesma. Passando-se a proceder a eleição para Vice-Presidente e Secretário do Conselho, foram eleitos: Vice. Presidente - João Gonçalves de Oliveira; Secretário - José Vianna Lôbo.
Em 14 de julho de 1.910, juntamente a grandes nomes goianos, o major Olympio Jacintho de Almeida passa a fazer parte da Associação Typographica de Goyaz onde o jornal da associação passou a ser denominado ESTADO DE GOYAZ. Em 15 de julho de 1.910 Olympio Jacintho divulga nesse jornal o falecimento do capitão Martinho Antonio de Ornellas.
Em novembro de 1.910 Olympio Jacintho se torna o primeiro presidente do Gremio Litterario Desembargador Emilio Povoa, tendo como suplente o dr. Arthur Póvoa e secretário José Theodolino. Torna-se desnecessário esclarecermos aqui os inestimáveis benefícios que a nossa sociedade teve com a alevantada ideia do major Olympio Jacintho, que por isso mesmo tornou-se desde já credor de mais uma soma de gratidão da parte do povo de Formosa que lhe deve muito e muito.
Sobre a instalação do Gremio Litterario Desembargador Emilio Povoa, o jornal A VOZ DO PLANALTO descreve:
Em março de 1.911, major Olympio Jacintho de Almeida foi nomeado como ajudante do procurador da República no município de Formosa.
No ALMANAK LAEMMERT de 1.911 Olympio Jacintho figura novamente como presidente do Conselho Municipal, tendo como vice presidente José Vianna Lobo, repetindo a mesma informação em anos posteriores.
Na sessão de 10 de janeiro de 1.911, foi reeleita a mesa efetiva do Conselho, continuando, portanto, como Presidente - Olympio Jacintho; como Vice-Presidente - João Gonçalves de Oliveira; como Secretário - José Vianna Lobo. Em 20 de outubro, no Paço Municipal, foi apurada a eleição feita a 20 de setembro próximo passado, para Intendente Municipal, Vice-Intendentes e Conselheiros, que terão de servir no quatriênio de 1.912 a 1.915. Foram eleitos: Intendente Municipal - Fidêncio de Oliveira; Vice Intendente - Joaquim Dutra, Clarindo Augusto e Francisco Fernandes de Sousa; Conselheiros - Olympio Jacintho, Enéas Wilson Barreto, Augusto da Costa Pinto, João Pereira de Araújo, Querobino Justiniano de Mello, Othilio Segismundo Rocha e Pedro da Costa Pinto.
Na sessão de 31 de outubro de 1.911, os membros eleitos do Conselho, reunidos e em sessão preparatória, no Paço Municipal reconheceram eleitos o Intendente Municipal, os Vice-Intendentes e os Conselheiros; marcando para 1º de novembro a instalação do Conselho, o compromisso e posse do Intendente e dos Vice-Intendentes, e eleição da mesa efetiva do Conselho Municipal.
Em 19 de novembro de 1.911, teve lugar a sessão solene de instalação do Conselho Municipal, compromisso e posse do Intendente Vice-Intendentes e Conselheiros eleitos e reconhecidos. Em seguida, fez-se a eleição da mesa efetiva do Conselho, sendo eleitos: Presidente - Olympio Jacintho, Vice-Presidente - Enéas Wilson Bar- reto e Secretário - Othilio Segismundo Rocha.
Em fevereiro de 1.912, quando se bateu a estaca para o prolongamento da ferrovia da Central, no trecho de Formosa a Palma, antes de ser colocada a estaca, usou da palavra, em nome da população de Formosa, o major Olympio Jacintho, que sobre o assunto fez judicionar ponderações, louvando os intuitos patrióticos do Sr. presidente da República, do ex ministro Seabra e do atual engenheiro que está a testa da direção da central, que procura elevar cada vez mais, a importância de que já goza esse próprio nacional.
Na edição de aniversário do jornal O PLANALTO de 31 de agosto de 1.912, o major Olympio Jacintho felicita os diretores Plácido de Paiva e Evangelino Meirelles pelo aniversário do periódico
Meus ilustres Amigos - Plácido de Paiva e Evangelino Meirelles.
Queiras aceitar as minhas sinceras felicitações pelo triunfo que conseguistes alcançar, celegrando o segundo aniversário do "O Planalto", que, com altivez e brilhantismo,vai se impondo como órgão de publicidade de ideias nobres, que o fazem recomendado entre os seus pares.
Avante, meus caros amigos; o que estais fazendo aproveita a coletividade, no meio da qual muitos bendizem o patriotismo com que enfrentais as dificuldades do jornalismo utilitário.
Olympio Jacintho.
No jornal O PLANALTO de 14 de setembro de 1.912, A. EUSÉBIO explicita uma crônica de nosso grandioso Olympio Jacintho de Almeida. Eusébio começa dizendo:
O meu especial e muito carinhoso amigo Olympio Jacintho, de Formosa, onde é um dos mais esforçados paladinos do engrandecimento da terra giana e um dos homens mais ilustrados e patriotas de Goiás, dedicou-me, há tempo, pelas colunas do periódico "Estado de Goyaz", a narração de uma de suas interessantes proezas venatórias, na qual dera à morte um espantável sucuriú, no momento em que este se preparava para engolir um veado, caído, traiçoeiramente, em suas possantes malhas. Li com prazer a mimosa oferta literária e, esquecendo-me, lastimavelmente, de responder-lhe como devia, segundo os preceitos da civilidade e de conformidade com as regras da boa amizade, o delicado oferente, em amável cartinha particular, exigiu-me o cumprimento desse dever, passando-me uma adocicada sarabanda, com que provou os amistosos sentimentos que nos ligam. Quem assim me trata, com zelosa confiança, não pode deixar de ser o melhor dos meus melhores amigos, e, por isso, exigindo-lhe o meu perdão pela involuntária falta, agradeço-lhe o delicado oferecimento, comentando deste modo o fato venatório.
O sucuriú representando a politicagem torpe e nefasta que empolga o nosso querido país, figurado pelo inocente veado, que encontra sempre um salvador que o impede de ser devorado.
Porém a hidra tem 21 cabeças e um chocalho, sendo os 21 estados e o território do Acre. Quanto mais se lhe fere as cabeças, tanto mais se enfurece e aperta, em suas espirais, as pobres vítimas, de cujo sangue se alimenta. A cabeça que o monstro possui em Goiás, é uma das mais peçonhentas e batidas pela espada dos patriotas, dos quais é o meu prezadíssimo amigo um dos mais denodados.
O fato é alegórico.
Tu mataste um dos representantes da numerosa prole que o monstro possui em cada estado, nos municípios, nos distritos, etc.; porém ignoras que são tantos e que deves continuar a tua pesada tarefa, matando, como o imortal Alcides, a quantos encontrares em teu luminoso caminho.
Não sou destro como és em tais caçadas; porém o bicho, em me vendo, arregala cada olho... com medo, certamente, das pedradas com que tenho também costume de mimosear-lhe o focinho. E é feio o terrível animal! Quando me lembro das vítimas que tem feito em nossa terra, arrepiam-se-me os cabelos e tenho gana de o fazer em postas.
Porém, vão esforço, vã esperança!...
Seu corpo é elástico, sua pele escamosa e impenetrável, seus olhos mágicos e dominadores, seu instinto maravilhoso, seus membros complicadíssimos e indestrutíveis.
Mas, em se lhe matando os filhotes que têm a couraça menos resistente, já se vai fazendo obra de patriotismo, até que o nosso marechal desfeche no coração do monstro um golpe certeiro de sua durindana, ao mesmo tempo em que nos 21 estados se macetem as cabeças do sucuriú progenitor.
Entretanto, cacemos, querido amigo, cacemos.
No dia 22 de janeiro de 1.913 foi inaugurado, com grande solenidade, o posto meteorológico da cidade de Formosa, comparecendo a esta simpática festa todas as autoridades do lugar, a banda de música, toda a população e os reverendíssimos frades do Convento Dominicano, sendo o ato inaugural precedido da bênção do posto pelo ilustrado frei Manoel, que proferiu um discurso, com bastante inteligência, sobre a conveniência dos postos meteorológicos, erguendo, ao terminar, delirantes vivas ao presidente da República e aos drs. Morize e Alberto Lacurte. Ao ser içada a bandeira republicana no tope do mastro do catavento, a filarmônica executou, com a maior correção, o Hino Nacional, sendo o posto, nesse momento, fotografado pelo rvm. fr. Constâncio, findo o que, retiraram-se todos penhoradíssimos ao governo por ter este proporcionado à Formosa tão proveitoso melhoramento. A noite dirigiram-se as autoridades, banda de música e grande massa popular à residência do dr. Lacurte, orando nessa ocasião o fecundo e empolgante tribuno major Olympio Jacintho, que agradeceu, em nome da população formosense, aquele passo para o progresso local, concluindo a sua bela peça oratória afogado em novas e estrondosas aclamações aos nomes dos senhores presidente da República, dr. Henrique Morize e dr. Lacurte, agradecendo este, visivelmente comovido, as inúmeras provas de consideração que lhe foram testemunhadas pelo nobre povo de Formosa.
A estação de Formosa fica a 912 metros acima do nível do mar, sendo a sua longitude a W de Greenwich - 3h09' e a latitude - 16º0' S.
Em 25 de janeiro de 1.915, fez-se a eleição da mesa efetiva do Conselho, sendo eleitos: Presidente - José Anchieta Lôbo; Vice-Presidente - Olympio Jacintho; Secretário - Enéas Wilson Barreto. Em 20 de outubro, foi apurada a eleição, procedida a 20 de setembro, para Intendente Municipal, Vice-Intendente e Conselheiros, sendo eleitos: Intendente Municipal - Major Antonio da Costa Pinto; 1º Vice-Intendente - Mathias de Oliveira Barreto; 2º, Veridiano Rodrigues de Castro; 3º Clarindo Augusto; Conselheiros: Olympio Jacintho, João Gonçalves de Oliveira, Irineu Roza, Veríssimo de Aquino, José Collecto de Mello, Honório de Sousa Lôbo e José Vianna Lôbo.
Na sessão de 30 de outubro de 1.915, foram reconhecidos: Intendente Municipal, Vice-Intendentes e Conselheiros, tendo estes últimos prestado compromisso do cargo e designado a instalação do Conselho, compromisso e posse do Intendente Municipal e Vice-Intendente, para o dia 1º de novembro próximo. No dia 1º de novembro, no Paço Municipal, em sessão solene, foi instalado o Conselho Municipal, e o Intendente, Major Antonio da Costa Pinto, prestou compromisso do cargo, com os 1º e 3º Vice-Intendentes: Mathias de Oliveira Barreto e Clarindo Augusto. Nessa mesma sessão foi eleita a mesa efetiva do Conselho, assim: Presidente - Olympio Jacintho; Vice-Presidente - João Gonçalves de Oliveira; Secretário - José Collecto de Mello.
A 18 de fevereiro de 1.916, Olypio Jacintho faz a crônica O RICO, transcrita abaixo:
O RICO
O "Araguary" de 29 de janeiro de 1.916, sob a epígrafe - O Pobre, traz em sua primeira página um bem lançado artigo sobre o papel que representa o pobre no drama universal.
O articulista com habilidade admirável descreveu todas as eventualidades da vida porque ele, o pobre, passa em suas relações sociais: em toda essa descrição vê-se estampada a verdade em sua nudez incontestável.
São duras, cruéis mesmo, as provações que experimenta a classe dos infelizes que sofrem privações, para regá-lo dos espertalhões, exploradores inexoráveis da miséria em que aqueles arrastam a existência.
Essa miséria, porém, é mil vezes preferível ao fausto d'aqueles que em cálices adamantinos fazem libações à custa das lágrimas das viúvas, dos órfãos e dos inexperientes.
É preferível, sim, não por aqueles que desconhecem a honra que exalça os caracteres impolutos, que sempre pairam acima, muito acima, dos paúes (brejos) em que charfurdam (revolvem na lama) os entes destituídos da excelsa virtude da Caridade, mas é mil vezes preferível por aqueles que comem o pão com o suor do seu rosto.
O instinto que nos faz conhecer por nós mesmos os atos bons e os maus que praticamos, a consciência, é um bálsamo que suaviza as chagas que atormentam o pobre, escrupulosamente cumpridor dos seus deveres sociais: que não quer para o seu semelhante o que não quer para si.
E os espertalhões, esses vampiros sociais, que se nutrem do suor humano, trajando galas, saboreando apetitosos manjares, recostando-se sobre almofadas de veludo ao lado de um tesouro, contemplando as vítimas do seu egoísmo, quantas sensações desagradáveis não experimentarão?!...
Embora sejam tidos por seus pares como elegantes, simpáticos, bonitos, valorosos, inteligentes e até sábios e virtuosos, todavia não poderão deixar de ouvir a voz de suas consciência exprobando-lhes as torpes aventuras que praticaram e que os transformaram de feios em bonitos, de tolos em sábios, de imorais em virtuosos e de pobres em ricos.
Tal exprobação não poderá deixá-los em paz de espírito, deverá ser uma visão horrenda e permanente, que os perseguirá até a morte.
É triste a situação do pobre em confronto com a do rico, porque, infelizmente, o mérito pessoal é julgado pelo obscurantismo d'aqueles que sobrepõem o aurífero metal à moral, às ciências e às artes; daqueles que ignoram que "os dois maiores tesouros da humanidade tem sido e serão a religião e a ciência", como escreveu Latino Coêlho.
Formosa, 18 de fevereiro de 1.916.
Olympio Jacintho.
NOTA: O articulista do "Araguary" referiu-se ao pobre e não ao mendigo e eu, achando que há pobres felizes e ricos desgraçados, só me referi a estes e não aos demais, porque dentre estes outros há pobres desgraçados e ricos felizes.
O. J.
No jornal O PLANALTO de 30 de julho de 1.916, o redator Evangelino Meirelles diz que vão tomando grande vulto as candidaturas dos ilustres patrícios tenentes-coronéis Arthur Ribeiro e Olympio Jacintho. Este é, como se sabe, um dos mais belos ornamentos de Formosa, onde é muitíssimo acatado pelas suas dignificantes qualidades de homem progressista que muito tem feito em prol de seu torrão querido, e que muito há de fazer pelo nosso círculo. Arthur Ribeiro, moço extremamente modesto, mas dotado de uma inteligência pouco vulgar e portador de um nome honrado e cheio de serviços a esta cidade, não necessita de apresentação entre os seus patrícios deste município, pois, como intendente, aí estão os produtos de sua feliz administração atestando ao povo a sua operosidade e tino administrativo. Como deputado, sendo eleito, saberá cuidar dos interesses do círculo que o apresenta aos sufrágios de setembro, fazendo objeto especial de sua defesa na Câmara o desenvolvimento da lavoura, da pecuária, da viação intermunicipal com o estabelecimento de pontes e barcas nos rios e concerto de estradas de rodagem que facilitem as comunicações do povo, e nos preparem a um belo futuro de grande expansão comercial. A instrução pública, o problema da exportação goyana, a modernização da agricultura são igualmente pontos que merecerão o seu melhor cuidado. Cheio de grandes afazeres comerciais e de outras espécies só aceitou a indicação do seu nome para ser incluído na chapa para não ir de encontro aos desejos de seus numerosos amigos, e isto depois de muitas relutâncias; mas, uma vez eleito, nos declarou, tudo sacrificará à causa de seus queridos mandatários, desses amigos que hora o arrancam do recesso de sua modesta vida comercial para agitarem o seu nome aos ventos da política deste glorioso 7º círculo eleitoral.
Durante o ano de 1.917, major Olympio Jacintho de Almeida foi presidente do Conselho Municipal, época em que tínhamos como vice presidente o senhor Eneas Wilson Barreto e como intendente municipal José Anchieta Lobo, continuando nessa mesma formação até 1.918.
Na sessão de 28 de outubro de 1.927 prestaram o compromisso regimental os Conselheiros: Benedicto Galvão de Moura Lacerda, Olympio Jacintho, Joaquim Augusto de Sousa Lédo, Dario Antonio de Oliveira, João de Oliveira Dico, Manoel Alves Ferreira e Amaro Juvenal de Almeida. Também prestaram compromisso os Conselheiros suplentes: Modesto de Mello Alvares, João Nicolau da Silva e José Gomes Ferreira. Em 1º de novembro, foi solenemente instalado o Conselho Municipal, tendo, na mesma sessão, prestado compromisso do cargo de Intendente Municipal o Sr. Veridiano Rodrigues de Castro; dos cargos de 1º, 2º e 3º Vice-Intendentes: José Collecto de Mello, Abineres de Moura Telles e Olívio José Cardoso. Logo em seguida, fez-se a eleição da mesa do Conselho, sendo: Presidente, Benedicto Galvão de Moura Lacerda; Vice-Presidente, João de Oliveira Dico; Secretário, Amaro Juvenal de Almeida.
Em consequência da revolução vitoriosa, em 24 de outubro 1.930, José Collecto de Mello deixou o cargo de Intendente Municipal, sendo substituído pelo Tenente Moysés Perotto, nomeado Prefeito Municipal; Hermenegildo de Sousa Borba, Procurador da Intendência Municipal, foi substituído por Anysio de Sousa Lôbo; Olympio Espíndula de Athayde, Fiscal da Intendência, foi substituído por João Pereira de Araújo; Sebastião Marques Caiado, Coletor Estadual, foi substituído por Benedicto Galvão de Moura Lacerda, que ocupava o cargo de Administrador da Recebedoria, sendo este, dias depois, substituído, nesses cargos, por Enéas Wilson Barreto; Ten. Cel. Pedro de Sousa Borba, Delegado Regional, foi substituído pelo Dr. Francisco Lôbo; Moacyr Dutra, Escrivão da delegacia Regional, foi substituído por Benedicto Tasso Dutra; César de Sousa Borba, Promotor Público da comarca, foi substituído por Paulino de Sousa Lôbo.
Com todo esse rebuliço, o Governo Provisório de Goiás decretou a extinção dos Conselhos Municipais e investiu no cargo de Presidente do Conselho, a ser instalado, Olympio Jacintho, sendo os outros membros: Dario Antonio de Oliveira, Odilon Juvenal de Almeida, Abineres Moura Telles, Veridiano de Castro, Enéas Wilson Barreto e Sebastião Vianna Lôbo. Esse novo Conselho instalou-se a 8 de novembro e, nesse mesmo dia, empossou o Tenente Moysés Perôtto, no cargo de Intendente Municipal, por ordem do Governo Provisório de Goiás; nada mais fez, em vista do Decreto nº 19.398, de 11 de novembro de 1930, pelo qual o Governo Provisório dos Estados Unidos do Brasil dissolveu os Conselhos Municipais.
No jornal VOZ DO POVO de 24 de junho de 1.931 o nome de Olympio Jacintho figura juntamente ao do Doutor José Décio, Francisco Lobo e João Jacintho para representar o município no Congresso Bomfim. Não sabemos se ele chegou a participar do referido congresso.
Seu falecimento se deu na cidade de Formosa Goiás, em 23 de março de 1.938, deixando viúva a senhora Judith Neves Jacintho com a única filha, Maria Antonia Jacintho. Esta filha, mudando-se para Brasília em 1.957, tornou uma das principais professoras pioneiras no ensino em Brasília.
Bem após a sua morte, em 23 de fevereiro de 1.938, o "Correio Official" publicou um longo artigo da autoria do sr. Olympio Jacintho. Nesse trabalho, o referido jornalista destaca a uberdade da terra no valle do Paranã, neste Estado, que compreende uma área de vinte mil e seiscentos quilômetros quadrados, sendo que, se aproveitada racionalmente, se tornará o maior centro de produção agrícola do Brasil Central. O valle do Paranã, onde as terras eram adquiridas a preços ínfimos, oferece para colonização grandes possibilidades de desenvolvimento, fazendo, na vasta região, o saneamento que ela requer. Não conseguimos localizar essa matéria.
Em homenagem a este grande contribuinte da história, cultura e patriotismo nós temos na cidade de Formosa uma rua em sua homenagem além do mesmo figurar a galeria de exposição de artes no museu couros de Formosa
OUTRAS CURIOSIDADES
Templos Católicos
Na sessão de 10 de maio de 1.898, o Tesoureiro da comissão da construção da nova matriz, Ten. Cel. Francisco Alexandrino Lobo, apresentou as contas relativas ao ano de 1.897 a 1.898, verificando-se a receita de 11:637S600 e a despesa de 7:844$610, ficando um saldo de 3:792$990, a favor da Igreja. Estas contas foram unanimemente aprovadas.
Nesta fase de prosseguimento das obras da nova matriz, esteve sempre administrando-as o Major Honório de Sousa Lôbo, que bons serviços prestou.
Algum tempo depois, adoeceu Aleixo Gonçalves e morreu a 26 de julho de 1.901.
Com isso, ficaram os trabalhos parados, até que, em 1901, sendo o Pe. Francisco Xavier Savelli substituído pelo Pe. Trajano Balduino de Sousa, este, em 9 de fevereiro de 1.902, organizou nova comissão para concluir a construção interrompida.
Compunha-se esta comissão de um Presidente - Dr. Emilio Francisco Povoa; de um Tesoureiro - Ten. Cel. Francisco Alexandrino Lobo; de um Secretário - Paulino de Sousa Lobo; de sete membros: Antonio Dutra, Valeriano Rodrigues de Castro, Herculano José de Oliveira, Modesto Moreira, Antonio da Costa Pinto, Olympio Jacintho de Almeida e Francisco Caraciolo de Sousa Lobo; e finalmente, do Rev. Vigário da freguesia, Pe. Trajano Balduino de Sousa, que era o Presidente de honra e o seu supremo mentor, tomando parte em todas as suas reuniões e deliberações, sempre que estivesse presente na cidade.
Esta comissão encontrou a igreja coberta e o altar-mor quase concluído.
Em novembro de 1.910 Olympio Jacintho se torna o primeiro presidente do Gremio Litterario Desembargador Emilio Povoa, tendo como suplente o dr. Arthur Póvoa e secretário José Theodolino. Torna-se desnecessário esclarecermos aqui os inestimáveis benefícios que a nossa sociedade teve com a alevantada ideia do major Olympio Jacintho, que por isso mesmo tornou-se desde já credor de mais uma soma de gratidão da parte do povo de Formosa que lhe deve muito e muito.
Sobre a instalação do Gremio Litterario Desembargador Emilio Povoa, o jornal A VOZ DO PLANALTO descreve:
Postaes Formosenses
Aos caros leitores de "O Planalto", os nossos cordialíssimos cumprimentos de boas festas.
De boas, de ótimas festas foi aqui para esta nossa cara terra o despontar risonho do ano novo.
Conforme havia-se previamente combinado, foi solenemente instalada ontem, 1º de janeiro, nesta cidade, a sublime instituição instrutiva e recreativa - Grêmio Literário Desembargador Emílio Póvoa -, ficando assim composta a sua diretoria: Presidente, major Olympio Jacintho; vice presidente - dr. Arthur Abdon Povoa; 1º secretário - José Theodolino; 2º secretário - Eneas Wilson Barreto; tesoureiro - capitão José Vianna Lobo.
Pela primeira vez o povo de Formosa teve ocasião de gozar as delícias de uma festa literária em que o entusiasmo atingiu as raias do delírio.
Mal a primeira aurora do novecentos e onze começara-se a enrubescer ao contato dos beijos escaldantes de Apollo, e já a expedita comissão de ornamentação composta de distintos e alegres rapazes auxiliados gentilmente pelas gracis senhoritas Anna e Balbina Prateado, atacava intrepidamente o respectivo serviço, que às três da tarde, era completo, nada deixando a desejar.
O vastíssimo prédio, onde devia se realizar a festa, ostentava já, então, um aspecto imponentemente festival e encantador!
Durante o dia que correu providencialmente esplêndido, claro, de um céu azulino e aquecido por um sol suavemente confortante, o assunto não variava. Só se falava da festa do Grêmio, que teria lugar às oito da noite.
Os relógios eram avidamente consultados a todo o instante.
Afinal soavam as sete horas e ouviu-se os primeiros rojões sucedidos pelo espoucar de bombões que se chocavam nos ares anunciando a aproximação da hora tão almejada.
Não se fazendo esperar, a afinadíssima filarmônica dirigida habilmente pelo distinto maestro Antônio Augusto de Oliveira, a essa hora, executando com arte um dobrado arrebatador, se dirigia pela rua do Visconde de Porto Seguro ao local da festa onde foi recebida com aplausos veementes do povo que rigorgitava já nos vastos salões profusamente iluminados.
Ali se achava presente a fina flor da sociedade formosense, inclusive o belo sexo que se fizera representar com admirável brilhantismo. Notava-se ali o mais expressivo contentamento, o mais vivo entusiasmo.
Às oito horas, em ponto, empossada a diretoria foi esta coberta por uma saraivada de pétalas de rosas atiradas por um grupo de belas meninas e gentis senhoritas ao som harmonioso do Hino Nacional.
Sendo imediatamente declarada aberta a sessão literária, assomou à tribuna o major Olympio Jacintho que, com a sua peculiar eloquência, produziu um discurso arrebatador, externado as suas ideias com relação ao ato e traçando a biografia do ilustre Patrono do Grêmio, sendo as últimas palavras do distinto orador seguidas de uma estrondosa e entusiástica salva de palmas.
Em seguida, usaram da palavra diversos outros sócios do Grêmio, destacando-se entre estes o exmº. sr. dr. Arthur Povoa, que discorreu admiravelmente, brilhantemente, sobre a -instrução- merecendo do auditório os mais delirantes aplausos.
Belas poesias, de alto valor literário foram recitadas pelos sr. Clarindo Augusto, Arthur Napoleão, Balduino de Castro e José de Castro.
O Grupo Cantor Juvenil dirigido pelo distinto cultor da voz - Raul Chaves, entoou durante a sessão, diversos e harmoniosos hinos, entre os quais, o formosense, da prodigiosa lavra do major Olympio Jacintho.
A sessão literária foi fechada à chave de ouro pelas gentis senhoritas Balbina e Anna Prateado, recitando aquela, com muita naturalidade, uma belíssima poesia e esta um bonito discurso análogo ao ato.
Depois de servido um copo de cerveja, deu-se começo a animada "soirè" que se prolongou até as duas horas da manhã.
O serviço de chá, do qual se encarregou gentilmente a exmª. sª. d. Maria José Chaves, na parte que lhe tocou, foi completo, nada deixando a desejar.
Foi enfim uma festa feliz, alegre e proveitosa para a sociedade formosense, e que será sempre lembrada com saudades por todos aqueles que tiveram a dita de assisti-la.
Parabéns ao major Olympio Jacintho.
Formosa, 2 de janeiro de 1.911.
J. THEODOLINO
No ALMANAK LAEMMERT de 1.911 Olympio Jacintho figura novamente como presidente do Conselho Municipal, tendo como vice presidente José Vianna Lobo, repetindo a mesma informação em anos posteriores.
Na sessão de 10 de janeiro de 1.911, foi reeleita a mesa efetiva do Conselho, continuando, portanto, como Presidente - Olympio Jacintho; como Vice-Presidente - João Gonçalves de Oliveira; como Secretário - José Vianna Lobo. Em 20 de outubro, no Paço Municipal, foi apurada a eleição feita a 20 de setembro próximo passado, para Intendente Municipal, Vice-Intendentes e Conselheiros, que terão de servir no quatriênio de 1.912 a 1.915. Foram eleitos: Intendente Municipal - Fidêncio de Oliveira; Vice Intendente - Joaquim Dutra, Clarindo Augusto e Francisco Fernandes de Sousa; Conselheiros - Olympio Jacintho, Enéas Wilson Barreto, Augusto da Costa Pinto, João Pereira de Araújo, Querobino Justiniano de Mello, Othilio Segismundo Rocha e Pedro da Costa Pinto.
Na sessão de 31 de outubro de 1.911, os membros eleitos do Conselho, reunidos e em sessão preparatória, no Paço Municipal reconheceram eleitos o Intendente Municipal, os Vice-Intendentes e os Conselheiros; marcando para 1º de novembro a instalação do Conselho, o compromisso e posse do Intendente e dos Vice-Intendentes, e eleição da mesa efetiva do Conselho Municipal.
Em 19 de novembro de 1.911, teve lugar a sessão solene de instalação do Conselho Municipal, compromisso e posse do Intendente Vice-Intendentes e Conselheiros eleitos e reconhecidos. Em seguida, fez-se a eleição da mesa efetiva do Conselho, sendo eleitos: Presidente - Olympio Jacintho, Vice-Presidente - Enéas Wilson Bar- reto e Secretário - Othilio Segismundo Rocha.
Na edição de aniversário do jornal O PLANALTO de 31 de agosto de 1.912, o major Olympio Jacintho felicita os diretores Plácido de Paiva e Evangelino Meirelles pelo aniversário do periódico
Meus ilustres Amigos - Plácido de Paiva e Evangelino Meirelles.
Queiras aceitar as minhas sinceras felicitações pelo triunfo que conseguistes alcançar, celegrando o segundo aniversário do "O Planalto", que, com altivez e brilhantismo,vai se impondo como órgão de publicidade de ideias nobres, que o fazem recomendado entre os seus pares.
Avante, meus caros amigos; o que estais fazendo aproveita a coletividade, no meio da qual muitos bendizem o patriotismo com que enfrentais as dificuldades do jornalismo utilitário.
Olympio Jacintho.
No jornal O PLANALTO de 14 de setembro de 1.912, A. EUSÉBIO explicita uma crônica de nosso grandioso Olympio Jacintho de Almeida. Eusébio começa dizendo:
O meu especial e muito carinhoso amigo Olympio Jacintho, de Formosa, onde é um dos mais esforçados paladinos do engrandecimento da terra giana e um dos homens mais ilustrados e patriotas de Goiás, dedicou-me, há tempo, pelas colunas do periódico "Estado de Goyaz", a narração de uma de suas interessantes proezas venatórias, na qual dera à morte um espantável sucuriú, no momento em que este se preparava para engolir um veado, caído, traiçoeiramente, em suas possantes malhas. Li com prazer a mimosa oferta literária e, esquecendo-me, lastimavelmente, de responder-lhe como devia, segundo os preceitos da civilidade e de conformidade com as regras da boa amizade, o delicado oferente, em amável cartinha particular, exigiu-me o cumprimento desse dever, passando-me uma adocicada sarabanda, com que provou os amistosos sentimentos que nos ligam. Quem assim me trata, com zelosa confiança, não pode deixar de ser o melhor dos meus melhores amigos, e, por isso, exigindo-lhe o meu perdão pela involuntária falta, agradeço-lhe o delicado oferecimento, comentando deste modo o fato venatório.
O sucuriú representando a politicagem torpe e nefasta que empolga o nosso querido país, figurado pelo inocente veado, que encontra sempre um salvador que o impede de ser devorado.
Porém a hidra tem 21 cabeças e um chocalho, sendo os 21 estados e o território do Acre. Quanto mais se lhe fere as cabeças, tanto mais se enfurece e aperta, em suas espirais, as pobres vítimas, de cujo sangue se alimenta. A cabeça que o monstro possui em Goiás, é uma das mais peçonhentas e batidas pela espada dos patriotas, dos quais é o meu prezadíssimo amigo um dos mais denodados.
O fato é alegórico.
Tu mataste um dos representantes da numerosa prole que o monstro possui em cada estado, nos municípios, nos distritos, etc.; porém ignoras que são tantos e que deves continuar a tua pesada tarefa, matando, como o imortal Alcides, a quantos encontrares em teu luminoso caminho.
Não sou destro como és em tais caçadas; porém o bicho, em me vendo, arregala cada olho... com medo, certamente, das pedradas com que tenho também costume de mimosear-lhe o focinho. E é feio o terrível animal! Quando me lembro das vítimas que tem feito em nossa terra, arrepiam-se-me os cabelos e tenho gana de o fazer em postas.
Porém, vão esforço, vã esperança!...
Seu corpo é elástico, sua pele escamosa e impenetrável, seus olhos mágicos e dominadores, seu instinto maravilhoso, seus membros complicadíssimos e indestrutíveis.
Mas, em se lhe matando os filhotes que têm a couraça menos resistente, já se vai fazendo obra de patriotismo, até que o nosso marechal desfeche no coração do monstro um golpe certeiro de sua durindana, ao mesmo tempo em que nos 21 estados se macetem as cabeças do sucuriú progenitor.
Entretanto, cacemos, querido amigo, cacemos.
No dia 22 de janeiro de 1.913 foi inaugurado, com grande solenidade, o posto meteorológico da cidade de Formosa, comparecendo a esta simpática festa todas as autoridades do lugar, a banda de música, toda a população e os reverendíssimos frades do Convento Dominicano, sendo o ato inaugural precedido da bênção do posto pelo ilustrado frei Manoel, que proferiu um discurso, com bastante inteligência, sobre a conveniência dos postos meteorológicos, erguendo, ao terminar, delirantes vivas ao presidente da República e aos drs. Morize e Alberto Lacurte. Ao ser içada a bandeira republicana no tope do mastro do catavento, a filarmônica executou, com a maior correção, o Hino Nacional, sendo o posto, nesse momento, fotografado pelo rvm. fr. Constâncio, findo o que, retiraram-se todos penhoradíssimos ao governo por ter este proporcionado à Formosa tão proveitoso melhoramento. A noite dirigiram-se as autoridades, banda de música e grande massa popular à residência do dr. Lacurte, orando nessa ocasião o fecundo e empolgante tribuno major Olympio Jacintho, que agradeceu, em nome da população formosense, aquele passo para o progresso local, concluindo a sua bela peça oratória afogado em novas e estrondosas aclamações aos nomes dos senhores presidente da República, dr. Henrique Morize e dr. Lacurte, agradecendo este, visivelmente comovido, as inúmeras provas de consideração que lhe foram testemunhadas pelo nobre povo de Formosa.
A estação de Formosa fica a 912 metros acima do nível do mar, sendo a sua longitude a W de Greenwich - 3h09' e a latitude - 16º0' S.
Em 25 de janeiro de 1.915, fez-se a eleição da mesa efetiva do Conselho, sendo eleitos: Presidente - José Anchieta Lôbo; Vice-Presidente - Olympio Jacintho; Secretário - Enéas Wilson Barreto. Em 20 de outubro, foi apurada a eleição, procedida a 20 de setembro, para Intendente Municipal, Vice-Intendente e Conselheiros, sendo eleitos: Intendente Municipal - Major Antonio da Costa Pinto; 1º Vice-Intendente - Mathias de Oliveira Barreto; 2º, Veridiano Rodrigues de Castro; 3º Clarindo Augusto; Conselheiros: Olympio Jacintho, João Gonçalves de Oliveira, Irineu Roza, Veríssimo de Aquino, José Collecto de Mello, Honório de Sousa Lôbo e José Vianna Lôbo.
Na sessão de 30 de outubro de 1.915, foram reconhecidos: Intendente Municipal, Vice-Intendentes e Conselheiros, tendo estes últimos prestado compromisso do cargo e designado a instalação do Conselho, compromisso e posse do Intendente Municipal e Vice-Intendente, para o dia 1º de novembro próximo. No dia 1º de novembro, no Paço Municipal, em sessão solene, foi instalado o Conselho Municipal, e o Intendente, Major Antonio da Costa Pinto, prestou compromisso do cargo, com os 1º e 3º Vice-Intendentes: Mathias de Oliveira Barreto e Clarindo Augusto. Nessa mesma sessão foi eleita a mesa efetiva do Conselho, assim: Presidente - Olympio Jacintho; Vice-Presidente - João Gonçalves de Oliveira; Secretário - José Collecto de Mello.
A 18 de fevereiro de 1.916, Olypio Jacintho faz a crônica O RICO, transcrita abaixo:
O RICO
O "Araguary" de 29 de janeiro de 1.916, sob a epígrafe - O Pobre, traz em sua primeira página um bem lançado artigo sobre o papel que representa o pobre no drama universal.
O articulista com habilidade admirável descreveu todas as eventualidades da vida porque ele, o pobre, passa em suas relações sociais: em toda essa descrição vê-se estampada a verdade em sua nudez incontestável.
São duras, cruéis mesmo, as provações que experimenta a classe dos infelizes que sofrem privações, para regá-lo dos espertalhões, exploradores inexoráveis da miséria em que aqueles arrastam a existência.
Essa miséria, porém, é mil vezes preferível ao fausto d'aqueles que em cálices adamantinos fazem libações à custa das lágrimas das viúvas, dos órfãos e dos inexperientes.
É preferível, sim, não por aqueles que desconhecem a honra que exalça os caracteres impolutos, que sempre pairam acima, muito acima, dos paúes (brejos) em que charfurdam (revolvem na lama) os entes destituídos da excelsa virtude da Caridade, mas é mil vezes preferível por aqueles que comem o pão com o suor do seu rosto.
O instinto que nos faz conhecer por nós mesmos os atos bons e os maus que praticamos, a consciência, é um bálsamo que suaviza as chagas que atormentam o pobre, escrupulosamente cumpridor dos seus deveres sociais: que não quer para o seu semelhante o que não quer para si.
E os espertalhões, esses vampiros sociais, que se nutrem do suor humano, trajando galas, saboreando apetitosos manjares, recostando-se sobre almofadas de veludo ao lado de um tesouro, contemplando as vítimas do seu egoísmo, quantas sensações desagradáveis não experimentarão?!...
Embora sejam tidos por seus pares como elegantes, simpáticos, bonitos, valorosos, inteligentes e até sábios e virtuosos, todavia não poderão deixar de ouvir a voz de suas consciência exprobando-lhes as torpes aventuras que praticaram e que os transformaram de feios em bonitos, de tolos em sábios, de imorais em virtuosos e de pobres em ricos.
Tal exprobação não poderá deixá-los em paz de espírito, deverá ser uma visão horrenda e permanente, que os perseguirá até a morte.
É triste a situação do pobre em confronto com a do rico, porque, infelizmente, o mérito pessoal é julgado pelo obscurantismo d'aqueles que sobrepõem o aurífero metal à moral, às ciências e às artes; daqueles que ignoram que "os dois maiores tesouros da humanidade tem sido e serão a religião e a ciência", como escreveu Latino Coêlho.
Formosa, 18 de fevereiro de 1.916.
Olympio Jacintho.
NOTA: O articulista do "Araguary" referiu-se ao pobre e não ao mendigo e eu, achando que há pobres felizes e ricos desgraçados, só me referi a estes e não aos demais, porque dentre estes outros há pobres desgraçados e ricos felizes.
O. J.
No jornal O PLANALTO de 30 de julho de 1.916, o redator Evangelino Meirelles diz que vão tomando grande vulto as candidaturas dos ilustres patrícios tenentes-coronéis Arthur Ribeiro e Olympio Jacintho. Este é, como se sabe, um dos mais belos ornamentos de Formosa, onde é muitíssimo acatado pelas suas dignificantes qualidades de homem progressista que muito tem feito em prol de seu torrão querido, e que muito há de fazer pelo nosso círculo. Arthur Ribeiro, moço extremamente modesto, mas dotado de uma inteligência pouco vulgar e portador de um nome honrado e cheio de serviços a esta cidade, não necessita de apresentação entre os seus patrícios deste município, pois, como intendente, aí estão os produtos de sua feliz administração atestando ao povo a sua operosidade e tino administrativo. Como deputado, sendo eleito, saberá cuidar dos interesses do círculo que o apresenta aos sufrágios de setembro, fazendo objeto especial de sua defesa na Câmara o desenvolvimento da lavoura, da pecuária, da viação intermunicipal com o estabelecimento de pontes e barcas nos rios e concerto de estradas de rodagem que facilitem as comunicações do povo, e nos preparem a um belo futuro de grande expansão comercial. A instrução pública, o problema da exportação goyana, a modernização da agricultura são igualmente pontos que merecerão o seu melhor cuidado. Cheio de grandes afazeres comerciais e de outras espécies só aceitou a indicação do seu nome para ser incluído na chapa para não ir de encontro aos desejos de seus numerosos amigos, e isto depois de muitas relutâncias; mas, uma vez eleito, nos declarou, tudo sacrificará à causa de seus queridos mandatários, desses amigos que hora o arrancam do recesso de sua modesta vida comercial para agitarem o seu nome aos ventos da política deste glorioso 7º círculo eleitoral.
Durante o ano de 1.917, major Olympio Jacintho de Almeida foi presidente do Conselho Municipal, época em que tínhamos como vice presidente o senhor Eneas Wilson Barreto e como intendente municipal José Anchieta Lobo, continuando nessa mesma formação até 1.918.
Na sessão de 28 de outubro de 1.927 prestaram o compromisso regimental os Conselheiros: Benedicto Galvão de Moura Lacerda, Olympio Jacintho, Joaquim Augusto de Sousa Lédo, Dario Antonio de Oliveira, João de Oliveira Dico, Manoel Alves Ferreira e Amaro Juvenal de Almeida. Também prestaram compromisso os Conselheiros suplentes: Modesto de Mello Alvares, João Nicolau da Silva e José Gomes Ferreira. Em 1º de novembro, foi solenemente instalado o Conselho Municipal, tendo, na mesma sessão, prestado compromisso do cargo de Intendente Municipal o Sr. Veridiano Rodrigues de Castro; dos cargos de 1º, 2º e 3º Vice-Intendentes: José Collecto de Mello, Abineres de Moura Telles e Olívio José Cardoso. Logo em seguida, fez-se a eleição da mesa do Conselho, sendo: Presidente, Benedicto Galvão de Moura Lacerda; Vice-Presidente, João de Oliveira Dico; Secretário, Amaro Juvenal de Almeida.
Em janeiro de 1.931 Olympio Jacintho de Almeida lançou o seu grandioso livro Esboço Histórico de Formosa, um livro referência na história de Formosa Goiás.
Em 1.928 são Conselheiros Municipais: Benedicto Galvão de Moura Lacerda, João de Oliveira Dico, Dario Antonio de Oliveira, Manoel Alves Ferreira, Joaquim Augusto de Sousa Lédo, Amaro Juvenal de Almeida e Olympio Jacintho.
Em consequência da revolução vitoriosa, em 24 de outubro 1.930, José Collecto de Mello deixou o cargo de Intendente Municipal, sendo substituído pelo Tenente Moysés Perotto, nomeado Prefeito Municipal; Hermenegildo de Sousa Borba, Procurador da Intendência Municipal, foi substituído por Anysio de Sousa Lôbo; Olympio Espíndula de Athayde, Fiscal da Intendência, foi substituído por João Pereira de Araújo; Sebastião Marques Caiado, Coletor Estadual, foi substituído por Benedicto Galvão de Moura Lacerda, que ocupava o cargo de Administrador da Recebedoria, sendo este, dias depois, substituído, nesses cargos, por Enéas Wilson Barreto; Ten. Cel. Pedro de Sousa Borba, Delegado Regional, foi substituído pelo Dr. Francisco Lôbo; Moacyr Dutra, Escrivão da delegacia Regional, foi substituído por Benedicto Tasso Dutra; César de Sousa Borba, Promotor Público da comarca, foi substituído por Paulino de Sousa Lôbo.
Com todo esse rebuliço, o Governo Provisório de Goiás decretou a extinção dos Conselhos Municipais e investiu no cargo de Presidente do Conselho, a ser instalado, Olympio Jacintho, sendo os outros membros: Dario Antonio de Oliveira, Odilon Juvenal de Almeida, Abineres Moura Telles, Veridiano de Castro, Enéas Wilson Barreto e Sebastião Vianna Lôbo. Esse novo Conselho instalou-se a 8 de novembro e, nesse mesmo dia, empossou o Tenente Moysés Perôtto, no cargo de Intendente Municipal, por ordem do Governo Provisório de Goiás; nada mais fez, em vista do Decreto nº 19.398, de 11 de novembro de 1930, pelo qual o Governo Provisório dos Estados Unidos do Brasil dissolveu os Conselhos Municipais.
No jornal VOZ DO POVO de 24 de junho de 1.931 o nome de Olympio Jacintho figura juntamente ao do Doutor José Décio, Francisco Lobo e João Jacintho para representar o município no Congresso Bomfim. Não sabemos se ele chegou a participar do referido congresso.
Seu falecimento se deu na cidade de Formosa Goiás, em 23 de março de 1.938, deixando viúva a senhora Judith Neves Jacintho com a única filha, Maria Antonia Jacintho. Esta filha, mudando-se para Brasília em 1.957, tornou uma das principais professoras pioneiras no ensino em Brasília.
Bem após a sua morte, em 23 de fevereiro de 1.938, o "Correio Official" publicou um longo artigo da autoria do sr. Olympio Jacintho. Nesse trabalho, o referido jornalista destaca a uberdade da terra no valle do Paranã, neste Estado, que compreende uma área de vinte mil e seiscentos quilômetros quadrados, sendo que, se aproveitada racionalmente, se tornará o maior centro de produção agrícola do Brasil Central. O valle do Paranã, onde as terras eram adquiridas a preços ínfimos, oferece para colonização grandes possibilidades de desenvolvimento, fazendo, na vasta região, o saneamento que ela requer. Não conseguimos localizar essa matéria.
Em homenagem a este grande contribuinte da história, cultura e patriotismo nós temos na cidade de Formosa uma rua em sua homenagem além do mesmo figurar a galeria de exposição de artes no museu couros de Formosa
OUTRAS CURIOSIDADES
Templos Católicos
Na sessão de 10 de maio de 1.898, o Tesoureiro da comissão da construção da nova matriz, Ten. Cel. Francisco Alexandrino Lobo, apresentou as contas relativas ao ano de 1.897 a 1.898, verificando-se a receita de 11:637S600 e a despesa de 7:844$610, ficando um saldo de 3:792$990, a favor da Igreja. Estas contas foram unanimemente aprovadas.
Nesta fase de prosseguimento das obras da nova matriz, esteve sempre administrando-as o Major Honório de Sousa Lôbo, que bons serviços prestou.
Algum tempo depois, adoeceu Aleixo Gonçalves e morreu a 26 de julho de 1.901.
Com isso, ficaram os trabalhos parados, até que, em 1901, sendo o Pe. Francisco Xavier Savelli substituído pelo Pe. Trajano Balduino de Sousa, este, em 9 de fevereiro de 1.902, organizou nova comissão para concluir a construção interrompida.
Compunha-se esta comissão de um Presidente - Dr. Emilio Francisco Povoa; de um Tesoureiro - Ten. Cel. Francisco Alexandrino Lobo; de um Secretário - Paulino de Sousa Lobo; de sete membros: Antonio Dutra, Valeriano Rodrigues de Castro, Herculano José de Oliveira, Modesto Moreira, Antonio da Costa Pinto, Olympio Jacintho de Almeida e Francisco Caraciolo de Sousa Lobo; e finalmente, do Rev. Vigário da freguesia, Pe. Trajano Balduino de Sousa, que era o Presidente de honra e o seu supremo mentor, tomando parte em todas as suas reuniões e deliberações, sempre que estivesse presente na cidade.
Esta comissão encontrou a igreja coberta e o altar-mor quase concluído.
Conferência de São Vicente de Paulo
A Conferência de São Vicente de Paulo, de Formosa, foi fundada em 1891, por iniciativa de Olympio Jacintho de Almeida, que, depois, passou a assinar-se Olympio Jacintho.
Previamente consultados sobre a conveniência da fundação, em Formosa, de uma instituição de caridade, na forma do Regulamento da Sociedade de São Vicente de Paulo, manifestaram-se a favor dessa idéia diversos moços e homens de idade, todos religiosos; pelo que o consulente — Olympio Jacintho os convidou para comparecerem, às 12 horas do dia 8 de dezembro de 1891, na Igreja Matriz a fim de se levar a efeito essa cruzada, em prol dos indigentes.
No lugar, dia e hora designados, houve o comparecimento dos convidados, e o que se passou nessa reunião consta da ata da fundação da Conferência, abaixo transcrita. "Ata da fundação da Conferência de São Vicente de Paulo, em Formosa.
Aos oito dias do mês de dezembro de um mil oitocentos e noventa e um, dia da festividade da Immaculada Conceição da Santíssima Virgem, pelas doze horas, se reuniram, no corpo da Igreja Matriz de Formosa, os Srs.: Olympio Jacintho de Almeida, José Jacintho de Almeida, José Alves Vianna Lôbo, Paulino de Sousa Lôbo, Moysés Francisco da Vizitação Barreto, Francisco Caraciôlo de Sousa Lôbo, Valeriano Rodrigues de Castro, Ignacio Pereira de Araujo, Rufino Rodrigues Fraga, Flavio Luiz Tavares, Fidencio José de Oliveira, José Joaquim Alves Vianna, José Fernandes de Oliveira, Marinho de Paula Ribeiro, Izaias Pereira da Costa, Felicissimo Rodrigues de Castro, João José da Costa Pinto, Felix de Sousa Villa Real, Antonio Baptista da Cunha, Manoel Eduardo Nunes. Pedro Pereira de Artiaga Sobrinho, Leolino Cesar de Sousa, Affonso Coêlho da Silva Campos e Velusiano Rodrigues de Castro. Assumindo a presidência, interinamente, Olympio Jacintho expôs os fins da Sociedade de São Vicente de Paulo e concluiu convidando as pessoas presentes àquele ato para se organizar em Formosa uma Conferência de São Vicente de Paulo. Aceito o convite, carinhosamente, ocupou o lugar de secretário ad hoc o Professor Moysés Francisco da Vizitação Barreto, e procedeu-se a eleição do Presidente, por escrutínio secreto, tendo obtido maioria José Jacintho de Almeida. Este, agradecendo a sua eleição, declarou de votos - aceitar, com prazer, o cargo e confiar no concurso generoso de todos os associados, a fim de serem cumpridas, do melhor modo possível, as disposições regulamentares e, assumindo a presidência, fez a nomeação dos membros componentes da mesa, sendo para 1º e 2º Vice-Presidentes José Alves Vianna Lôbo e Rufino Rodrigues Fraga; para 1º e 2º Secretários - Olympio Jacintho de Almeida e Paulino de Sousa Lôbo; para Tesoureiro - Ignacio Pereira de Araujo. Em seguida, o Presidente declarou instalada a Conferência e admitidos como membros da mesma todos os Srs. que tomaram parte na sua fundação; designou o domingo próximo, 13 de dezembro, para a primeira reunião ordinária, que seria no mesmo edifício e na qual se fixariam os dias em que teriam lugar as sessões seguintes. Finalmente, o Tesoureiro procedeu à coleta, que rendeu a quantia de dezessete mil cento e setenta réis (17$170), e levantaram-se os trabalhos, recitando a oração estabelecida pelo Regulamento da Sociedade de São Vicente de Paulo".
A Conferência de São Vicente de Paulo escolheu para sua Padroeira a Imaculada Conceição e festejou a sua agregação ao Centro de Paris, em 19 de janeiro de 1903, tendo estado em retiro espiritual, nos dias 17 e 18, os membros da Conferência, que receberam a Santa Comunhão na missa celebrada no dia 19 e se reuniram, em sessão ordinária, nesse mesmo dia, às 5 horas da tarde, na Igreja Matriz.
Nessa sessão, o Presidente efetivo - José Jacintho de Almeida, em frases singelas e tocantes, congratulou-se com os confrades pelo feliz e transcendental acontecimento, qual o da agregação da Conferência ao Centro de Paris e do qual grandes benefícios deveriam resultar para ela, fazendo votos para que a Conferência se reanimasse mais e entrasse em nova fase de prosperidade; terminando as suas palavras, pedindo ao Presidente de honra, Revmo. Pe. Trajano Balduino de Sousa, Vigário da Paróquia, que fizesse a leitura da carta de agregação.
Tomando a palavra, fez o Revmo. Pe. Trajano brilhante alocução, dirigindo parabéns à Conferência pelo auspicioso fato de sua agregação ao Centro de Paris, passando, com isso, a receber as indulgências que lhes são concedidas e a gozar as graças que daí procedem. Disse que a Conferência andou muito bem, escolhendo a Imaculada Conceição para sua Padroeira, porquanto sob a proteção da Santíssima Virgem tudo prospera e se santifica. Fez diversas outras considerações, em belo e edificante discurso, pondo em prova, mais uma vez, os seus invejáveis dotes oratórios, e terminou, fazendo a leitura da carta de agregação, que tem a data de 28 de julho de 1902, assinada pelo Presidente Geral da Sociedade, em Paris.
A Conferência de São Vicente de Paulo, de Formosa, lutando sempre com parcos recursos e passando mesmo por fases desanimadoras, nunca deixou de funcionar e praticar a Rainha das Virtudes, que é a sua missão, graças ao espírito religioso de alguns de seus membros, sobretudo à tenacidade do seu Presidente José Jacintho de Almeida, que sempre enfrentou e resolveu as dificuldades que encontrava na sua manutenção.
Eleito Presidente da Conferência, no ato da sua fundação, José Jacintho de Almeida foi sempre reeleito para esse cargo, que ocupou dignamente e sem interrupção, por espaço de 38 anos, isto é, até que, por reiterados pedidos de exoneração, foi substituído, em fevereiro de 1929, pelo confrade - Paulino de Sousa Lôbo. Este e o confrade José Vianna Lobo fazem parte da Conferência, desde a sua fundação, prestando-lhe os mais relevantes serviços, auxiliados por outros confrades que se compenetram bem do cumprimento de seus deveres.
Outros muitos Vicentinos, de saudosa memória, já foram receber na eternidade a recompensa de seus atos de beneficência.
Automóvel em Formosa
O primeiro automóvel que entrou em Formosa, foi comprado em São Paulo, por Olympio de Mello Alvares, de sociedade com Olympio Jacintho, Pedro Chaves e Veridiano de Castro, para ser utilizado em passeios à Lagoa Feia.
Foi o primeiro carro automobilístico, que entrou no Planalto Central do Brasil: era da fábrica Ford e custou 3:800$000, que, com a quantia despendida no seu transporte, de São Paulo à Formosa, ficou por 4:450$000.
A sua entrada em Formosa teve lugar, no dia 23 de julho de 1920.
Veio até Ipameri embarcado na estrada de ferro; de Ipameri a Formosa, conduzido pelo motorista - Adolpho Herz, que o trouxe por estradas de carro de bois, passando por Cristalina e Santa Luzia.
De Santa Luzia a Formosa vieram nele o Cel. Evangelino Meirelles e o advogado José Lourenço.
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