DESCENDÊNCIA
José Décio fez os primeiros estudos na terra natal e cursou o 2° grau no Liceu de Goiás, antiga capital do Estado goiano. Estudou Medicina no Rio de Janeiro até o 3° ano, sem concluir e bacharelou-se em Direito em Goiás, em 1.928.
Exerceu as seguintes funções: telegrafista na cidade de Iguape, São Paulo; promotor público de Formosa em 1.928; juiz de direito da comarca de Formosa, de 1.929 a 1.949; deputado estadual de Goiás de 1.925 a 1.928; presidente da Legião Brasileira de Assistência; presidente da Conferência São Vicente de Paulo em vários mandatos.
Através do Decreto nº 8.188, de 20 de novembro de 1.945, do interventor federal de Goiás, foi designado prefeito municipal de Formosa, no período de 20 de novembro de 1.945 a 22 de fevereiro de 1.946, pois em 1.945, com a queda da ditadura Vargas, o judiciário assumiu o poder central e, como juiz da comarca de Formosa, Dr. José Décio assumiu a prefeitura de Formosa até as eleições do novo prefeito.
Além do exercício dos referidos cargos, serviu à comunidade formosense como farmacêutico prático; participou da comissão de estudos para mudança da capital federal do Rio de Janeiro para Brasilia: colaborou com o Jornal do Planalto, o primeiro a circular em Formosa e região; compôs partituras para flauta; escreveu poesias e contos publicados na revista Oeste de Goiás e participou de antologias, entre elas, Antologia Ilustrada do Folclore Brasileiro (Editora Edgraf. São Paulo); foi professor no Colégio São José; abraçou a causa educacional de Formosa, contribuindo para transformação da Escola Paroquial "São Tomaz de Aquino" em ginásio com a determinação de Ginásio Arquidiocesano do Planalto, tradicional instituição de educação de Formosa.
Faleceu no dia 07 de agosto de 1.955, deixando viúva Felicidade de Sousa Ortiz, e os filhos José Décio, Álvaro, Ana, Tomaz, Maria de Lourdes, Tereza, Izabel Cristina, Zélia, Anunciata e Márcia.
PUBLICAÇÃO SOBRE FORMOSA
Em 11 de setembro de 1.951, José Décio escreveu no Jornal do Planalto:
Formosa, Coração do Brasil
Iniciamos esta modesta coluna no firme propósito de, aproveitando a nossa acolhida, pugnarmos, na medida das nossas forças, pelo engrandecimento desta boa terra, divulgando, sem literatura nem preconceito, as suas riquezas, suas belezas e suas inúmeras possibilidades, que são as possibilidades, as belezas do Planalto Central de Goiás e, por que não do Brasil se estamos no seu teto?
Em nosso primeiro trabalho, procuramos provar que Formosa, pela sua posição geográfica, é o verdadeiro coração do Brasil, pela origem única das três grandes bacias hidrográficas do norte, do centro e do sul. Se conseguimos ou não atingir semelhante objetivo, que o digam nossos leitores.
Desta vez sem fantasia nem sofisma, partindo da proposição acima, poderemos concluir que em Formosa está a junção dos três espigões mestres, divisores das aludidas bacias, formando, assim, no dizer do Engenheiro Moacir M. F. Silva, Consultor Técnico do Conselho Nacional de Geografia, uma pirâmide triangular, irregular, truncada (no Planalto) de que uma das faces desce para o Amazonas, e a outra, para o Atlântico e a terceira, para o sistema fluvial Paraguai-Paraná-Uruguai.
Atentando-se bem para o mapa do Brasil, pode-se verificar que este Município, pela sua posição privilegiada, é o eixo para onde, fatalmente, convergirão todas as vias aéreas, de ferro e de rodagem, ligando o norte ao sul e o leste ao oeste do Brasil.
Por cima desta cidade passam semanalmente grandes aviões de transporte de passageiros do Rio de Janeiro às Américas Central e do Norte.
Aproveitando o espigão divisório das águas do S. Francisco e do Prata (Paranaíba), temos a estrada de rodagem para Cristalina, Ipameri e Catalão, Estrada, aliás, em completo abandono e ainda transitado graças ao excelente terreno do espigão.
Aproveitando o divisor das águas do Prata (Paranaíba) e do Tocantins, já temos a estrada de Anápolis-Goiânia, que nos trouxe relevantes melhoramentos.
Pelo espigão uma particularidade muito interessante e que vale a pena mencioná-la. Além da fazenda Cigano, no Município de Planaltina, esses dois vales se aproximam tanto na Serra da Piedade, que mais parece um aterro artificial ligando os dois planaltos que mesmo uma serra.
Sobre o divisor das águas que separa as vertentes do Paraná (Amazonas) da do S. Francisco, passa a estrada de Formosa, o Sítio da Abadia e a Posse, ligando o sul de Goiás ao norte do Brasil, porquanto, além de Sítio da Abadia, a estrada atinge o grande divisor da Serra das Vertentes, em chapadões lindeiros de Minas Gerai, Bahia, Piauí e Maranhão.
Afinal, pelo espigão divisor das águas do Rio Preto e do Urucuia, já temos uma rudimentar estrada de rodagem ligando esta cidade ao sul deste Estado, a Unaí e a Paracatu, em Minas Gerais.
Nesse espigão está traçado o plano de penetração da Estrada de Ferro Central do Brasil, que deverá ligar o Rio de Janeiro a Belém do Pará, da qual trataremos oportunamente.
HOMENAGEM PÓSTUMA
O fórum, um Colégio Estadual de Formosa e uma rua no Setor Ferroviário levam seu nome como merecida homenagem pelos serviços prestados durante sua vida à comunidade formosense.
Seguindo a família, sua filha Ana Balduína Chaves, que era casada com o ex prefeito Pedrinho Chaves, também tem o seu nome em uma escola municipal.
Sua filha Izabel Christina de Sousa Ortiz, ex vereadora de Formosa, também tem um Colégio Estadual em seu nome em Formosa.
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