01 de novembro de 1.923 a 10 de março de 1.926 - Coronel Herculano de Sousa Lobo

O Coronel Herculano de Sousa Lobo, nascido em Formosa em 13 de agosto de 1.847, foi casado com Ana Martins de Moura, com quem teve o filho Nathanael de Souza Lobo. Teve também outros filhos não legitimados com Arcânjela Dourado da Silva na região do Urucuia que foram João Pena Lobo, Lauro de Sousa Lobo e Bartolomeu de Sousa. Herculano de Sousa Lobo era filho de Fidêncio de Sousa Lobo e dona Francisca Alexandrina de Oliveira. Uma família de vários prefeitos e vereadores de Formosa. Contando apenas os prefeitos, temos o seu pai Professor Fidêncio de Sousa Lôbo, o seu tio Tenente Coronel Paulino de Sousa Lobo, seu primo Tenente José Paulino de Sousa Lôbo, seu irmão Coronel Francisco Alexandrino Lobo, seu primo Francisco Caraciolo de Sousa Lobo, seu irmão Major Honório de Sousa Lobo, seu primo Francisco Hugo Lobo (que lhe passou o governo) e depois, posteriormente, vários descendentes dessa família, como seu primo José Vianna Lobo, Moisés Perotto (casado com Ondina de Sousa Lobo) e, inclusive, Itamar Barreto, que sendo filho de Dedé Barreto, é neto de Matias Wilson Barreto, bisneto de Moisés da Visitação Barreto que foi casado com Maria Altina de Sousa Lobo. Não contamos aqui a mistura da família Lobo com a família Magalhães e Guimarães que também pode ter tido tantos outros políticos. Como homem público, Cel. Herculano de Sousa Lobo foi Vereador da Câmara, de 1.869 a 1.871; Juiz Municipal suplente, em 1.870 e de 1.877 a 1.880; Vice-Presidente do Estado, em exercício do cargo, de 1.912 a 1.914; Senador Estadual, de 1.916 a 1.928; Juiz Municipal, de 1.907 a 1.911 e de 1.916 a 1.924; Intendente Municipal, de 1.923 a 1.927.  Faleceu octogenário, nessa cidade, a 18 de junho de 1.928. 

Uma primeira observação se refere ao sobrenome que, por mais que a família diz ser SOUSA, na maioria dos jornais e anotações estão com o sobrenome SOUZA.

Em 1.868 o número de votantes da Paróquia de Formosa era de 919, tendo sido Presidente da Junta de qualificação, no mesmo ano, o Alfr. Paulo Coelho da Silva e membros da Junta: João Alves Vianna, João Evangelista de Paiva, Modesto Rodrigues Fraga, Herculano de Sousa Lôbo, Joaquim Honório Pereira Dutra, Domingos José de Paiva, Mathias de Oliveira Barreto e Gabriel do Espírito Santo Cerqueira.

Em 1.869, foram eleitos Vereadores: Mathias de Oliveira Barreto, Joaquim da Rocha Couto, Herculano de Sousa Lobo, José Alves de Sousa; Paulino de Sousa Lobo, Angelo Rodrigues Chaves, Alvaro José Baptista da Rocha. 

O primeiro expediente que encontramos no CORREIO OFFICIAL DE GOYAZ é um ato de 17 de julho de 1.876, onde nomeia para servirem no termo de Villa Formosa, durante o quatriênio de 1.876-1.880, 2º suplente do juiz municipal e de órfãos Francisco Martins Mundin e 3º Herculano de Souza Lobo.

Em 1.886, a ponte do Bezerra foi consertada por Herculano de Sousa Lôbo, por 100$000, segundo consta da ata da sessão da Câmara, de 12 de julho.

Jornal CARETA - RJ - Nº 209 - 01 de junho de 1.912

Em 18 de maio de 1.912, o coronel Herculano de Souza Lobo assume o cargo de Presidente do Estado de Goyaz, ficando nesse cargo até 06 de junho de 1.913. Abaixo irei disponibilizar algumas leis importantes sancionadas por ele enquanto presidente do estado.

Eleva a categoria de cidade a Villa Corumbayba (Corumbá GO)

Organiza os limites entre Santa Cruz de Goiás e Orizona GO (Campo Formoso)

Lei autoriza pessoas que não fossem católicos se candidatarem

Inúmeras foram as contribuições do Coronel Herculano de Sousa Lobo ao Estado de Goiás, entregando-o à administração do Coronel Joaquim Rufino Ramos com superávit de mais de 281:360$979 (duzentos e oitenta e um contos, trezentos e sessenta mil e novecentos e setenta e nove réis). (informação obtida no CORREIO OFFICIAL DE GOYAZ de 13 de maio de 1.913)

No ALMANAK LAEMMERT, por muitos anos, Herculano de Souza Lobo aparece como negociador de fazendas, criador de gado, vendedor de ferragens, entre outros.

Entre 1.921 e 1.926, no ALMANAK LAEMMERT, Herculano de Souza Lobo aparece como senador no Congresso Estadual. Vemos que essa data entra em choque com o período em que ele foi Intendente Municipal, o que geralmente ocorria por dois motivos: primeiramente a falta de atualização das informações (o que é mais provável) e em segundo, o acúmulo de cargos que era permitido na época para grandes vultos como era o caso do Coronel Herculano Lobo. 

Em 20 de setembro de 1.923, no Paço Municipal de Formosa, reunidos os Conselheiros, foi instalada a junta apuradora da eleição de Intendente Municipal, Vice-Intendentes e Conselheiros, para servirem no quatriênio seguinte. Feita a apuração, verificou-se a eleição, para: Intendente, Cel. Herculano de Sousa Lobo; Vice-Intendentes, José Jacintho de Almeida, Mathias Barreto e Djalma Moreira Brasil; Conselheiros, Pedro de Sousa Borba, Francisco Joaquim Magalhães, Enéas Wilson Barreto, Othilio Segismundo Rocha, Evandro Americano do Brasil, Amaro Juvenal de Almeida e Manoel Alves Ferreira.

Em 31 de outubro, apurada a eleição para Intendente, Vice-Intendentes e Conselheiros, foram reconhecidos: Intendente Municipal, Cel. Herculano de Sousa Lobo; Vice-Intendentes, José Jacintho de Almeida, Mathias Barreto e Honorio de Sousa Lobo; Conselheiros, Francisco Joaquim Magalhães, Pedro de Sousa Borba, Manoel Alves Ferreira, Evandro Americano do Brasil, Othilio Segismundo Rocha, Amaro Juvenal de Almeida e Dario Antonio de Oliveira. Prestado o compromisso pelos Conselheiros, na mesma sessão; em 1º de novembro, teve lugar a instalação do Conselho e compromisso e posse do Intendente Municipal, do 2º Vice-Presidente; e, em seguida, fez-se a eleição da mesa efetiva do Conselho, sendo eleitos: Presidente, Francisco Joaquim Magalhães; Vice-Presidente, Pedro de Sousa Borba; Secretário, Amaro Juvenal de Almeida.

Durante o seu mandato, foi concedido área de terreno no cemitério para a congregação dominicana,  concessão de terreno para casas dos pobres mantidos pelas irmandades de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, concessão para o dr. Luiz Good para instalar uma estação de sericicultura por 30 anos, concessão ao engenheiro Aurélio de Bulhões para captação e exploração do ribeirão Bandeirinha, instalou um posto de vacinação contra varíola, construiu açougue e matadouro municipal e regulamentou limites do distrito de Santa Rosa.

No CORREIO PAULISTANO de sábado, 19 de janeiro de 1.924, informa que o sr. Herculano de Sousa Lobo, intendente municipal, foi nomeado para o cargo de presidente da Junta de Alistamento Militar de Formosa.

Na sessão de 22 de março de 1.926, leu-se um ofício do 2º Vice-Intendente, Mathias de Oliveira Barreto, comunicando ao Conselho que, por delegação formal do Sr. Cel. Herculano de Sousa Lobo, Intendente Municipal, passou a ocupar esse cargo, desde o dia 10 do corrente mês.

Na sessão de 18 de julho de 1.927, leu-se um ofício do Sr. Cel. Herculano de Sousa Lobo, comunicando ter reassumido o cargo de Intendente Municipal. Nessa mesma sessão, o Secretário do Conselho, Amaro Juvenal de Almeida, propôs ao Conselho que se inserisse na ata um voto de profundo pesar, pela morte de Mathias Barreto, 2º Vice-Intendente Municipal, ocorrida a 16 do mesmo mês. Fez-se a inserção do voto de profundo pesar, na ata de 18 de julho.

Na sessão de 19 de julho, leu-se um ofício do Sr. Cel. Herculano de Sousa Lôbo, fazendo ver ao Conselho que o 2º Vice-Intendente Municipal esteve em exercício do cargo de Intendente, por espaço de 16 meses, de modo que perdeu ele Herculano de Sousa Lobo o mandato de Intendente Municipal. Em vista do que, o Presidente do Conselho, José Vianna Lobo, assumiu esse cargo, até que se procedesse a eleição de Intendente Municipal.

No JORNAL DO COMMERCIO - RJ de quinta feira, 21 de junho de 1.928 diz que, no Senado do Congresso Nacional, na sessão do dia 20, o Sr. Olegário Pinto ocupou a tribuna para comunicar o falecimento, na cidade de Formosa, em Goyaz, do Sr. Coronel Herculano de Souza Lobo, que foi um dos mais respeitáveis chefes políticos goianos e ocupou a presidência do Estado, na qualidade de Vice-Presidente, na qual mostrou-se um administrador digno no pouco tempo em que exerceu esse cargo.

Agricultor, adiantado, tornou-se um apaixonado da pecuária, possuindo rebanhos selecionados, pois sempre teve a preocupação de melhorar as raças. Republicano convencido sempre se bateu pelo engrandecimento do regime, tendo ocupado a cadeira de Senador Estadual onde prestou relevantes serviços ao Estado.

Terminando o representante de Goyaz requereu que fosse inserido na ata dos trabalhos um voto de pesar pelo desaparecimento de tão prestimoso cidadão.

Assusta-nos ou acalenta os pensamentos políticos, esse pedido ter sido exatamente do Sr. Olegário Pinto, adversário político do coronel Herculano Lobo. Tanto que, no CORREIO PAULISTANO de sábado, 04 de janeiro de 1.913, temos uma entrevista do mesmo citando que, na época, o atual presidente Herculano Sousa Lobo é uma criatura inventada e elevada às culminâncias do poder pelo senador Gonzaga Jayme, de quem é amigo íntimo. (...) A falar a verdade, sinto vexame e constrangimento em informá-lo com fidelidade. Imagine o senhor que o primeiro ato governamental do coronel Lobo foi mandando pagar a si próprio a importância de três contos de réis, originária de um contrabalndo de gado, passado para Minas em 1.898! Depois disso, o que s. exc. tem feito é organizar a oligarquia com seus sobrinhos, primos, compadres, afilhados e devedores, sendo dadas a amigos, para garantia de juros de dívida, algumas das mais importantes recebedorias. Domina-o completamente o seu secretário particular, compadre, amigo e primo, fulano de tal. O redator encerra com uma aberração: Daqui por diante o que o sr. Loyola nos disse é de tal ordem, que não cabe numa entrevista sobre a política, mesmo sobre a política de Goyaz. Fico eu aqui perguntando que coisas foram essas...

Na sessão de 16 de julho de 1.929, o Conselheiro Amaro Juvenal de Almeida, com a palavra, leu os dados biográficos do Cel. Herculano de Sousa Lobo, falecido em 18 de junho último e terminou pedindo que se lançasse na ata um voto de pesar. Na ata foram lançados os dados biográficos e o voto de pesar, sendo isso unanimemente aprovado.

Em homenagem a esse grandioso formosense, temos no centro de nossa cidade uma rua em sua homenagem. Por sinal essa é a rua onde cresceu a família Rocha Lobo.