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quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

1.897 a 21 de julho de 1.899 - Capitão Dr. Arthur Abdon Póvoa


O Dr. Arthur Abdon Povoa, nascido na cidade de Goiás em 30 de julho de 1.870, é filho de Paulo Francisco Povoa e d. Luzia Serradourada Póvoa, casou com Gertrudes Dutra Póvoa, com quem teve como filhos: Paulo Francisco Póvoa (neto), dr. Arthur Francisco Póvoa, ex prefeito de Carmo de Minas, Maria do Rosário Póvoa (Mariquita) e Emílio Abdon Póvoa, ex prefeito de São Lourenço MG (leia aqui), esses comprovados e, acredito eu por recortes de jornais antigos, Francisco Abdon Póvoa. Estudou no Lyceu de Vila Boa (Cidade de Goyaz), onde ele foi um dos maiores alunos na sua época. Como homem público,  foi Intendente Municipal, de 1.897 a 1.899; Promotor Público da Capital de Goiás, de 1.899 a 1.906; Deputado Estadual, de 1.900 a 1.908; Juiz de Direito de Formosa, de 1.906 a 1.926; Chefe de Polícia, de 1.912 a 1.914 e por um período foi desembargador. Em 1.926, aposentou-se como Juiz de Direito e passou à vida de advogado, com residência na Capital do Estado, (Goiás Velho), de onde é natural. Faleceu em 3 de março de 1.947 na Villa de Silvestre Ferraz, hoje Carmo de Minas.

Os estudantes do Lyceu desta capital (Cidade de Goyaz) em 24 de maio de 1.886 organizaram uma sociedade abolicionista, cuja diretoria é a seguinte: Presidente - Emílio Francisco Povoa. Vice Presidente - Manoel A. de Castro. 1º Secretário - Manoel da S. Brandão. 2º secretário - João A. de P. Fleury. Oradores: - João Cancio Povoa e Antonio Perillo. Tesoureiro - Arthur Abdon Povoa. 
Nos dias 3, 5, 6 e 7 de novembro de 1888, nos exames feitos no Lyceu, Arthur Abdom Povoa foi plenamente aprovado na língua francesa. Em 15 de Janeiro de 1.903, das comissões examinadoras do Estado de Goyaz, da língua francesa, temos como presidente - dr. Sebastião Fleury Curado e examinadores - Joaquim Gomes de Oliveira e Arthur Abdon Póvoa.
Mediante o ofício do Exército, junto ao Governo do Estado de Goyaz nº 222, de 19 de Abril de 1.890, diz: Ao comandante do 20 batalhão de infantaria, mandando verificar praça como voluntários na forma das leis em vigor com destino ao 2º regimento de artilharia aos paizanos Benigno Marques Lopes Fogaça e Arthur Abdon Povoa, os quais em inspeção de sanidade foram julgados aptos para esse fim, tendo ambos o prazo de 6 meses para usarem o distintivo de cadete de 2ª classe.
Em Julho de 1.890, o cadete Abdon Póvoa foi nomeado amanuense da delegacia do serviço sanitário do exército. (amanuense: funcionário de repartição pública que fazia cópias a mão, registros e cuidava da correspondência). Segue a cópia da nomeação:
Governo do Estado de Goyaz, 9 de Julho de 1.890 - Ordem do dia nº 27. - Não podendo, em vista da ordem do dia nº 66 da repartição do ajudante general continuar em serviço estranho, a seu corpo inferiores efetivos, dispenso o 2º sargento Saturnino Esequiel de Figueiredo e 2º cadete 2º sargento Pedro Francisco da Luz dos lugares de amanuense, o 1º da inspetoria geral dos presídios e o 2º da delegacia do inspetor geral do serviço sanitário neste estado. Nesta data nomeio sob proposta dos respectivos chefes, os 2º cadetes José Affonso Berquó, amanuense da inspetoria geral e Arthur Abdon Povoa, do delegado do inspetor geral. Louvo ao sargento Saturnino por ter, como  me informa o cidadão inspetor dos presídios revelado, durante os 5 anos que esteve nesse lugar, a par de boa conduta civil e militar, zelo, lealdade e dedicação ao serviço. - Assinado. - Rodolpho Gustavo da Paixão. - Tenente João José de Campos Curado, encarregado do expediente.

Em 21 de novembro de 1.890, conforme o ofício nº 438, é solicitado ao delegado interino do inspetor geral do serviço sanitário que, tendo de ser desligado a fim de reunir-se ao corpo a que pertence, o 2º cadete amanuense dessa delegacia Arthur Abdon Povoa, determina o cidadão governador que proponha outro para substituí-lo.
No DIÁRIO DE NOTÍCIAS de Sexta feira, 19 de Dezembro de 1.890, temos as informações do Exército onde diz: Apresentaram-se ontem à repartição do ajudante general os seguintes 2º cadetes, procedentes do Estado de Goyaz: Arthur Abdon Povoa e João Odilon Gomes Pereira, do 2º regimento de atilharia; Benigno Magno Lopes Fogaça e Ignacio Ovidio da Rocha do 22º de infantaria e Joaquim Manuel Ildefonso de Almeida que veio com destino à escola de tiro do Realengo, ficando adido do 24º de infantaria.
Para a confecção do Monumento Felix de Bulhões, aparece a contribuição de Arthur Abdon Povoa no valor de 2$000. (GOYAZ - Sexta feira, 23 de Setembro de 1892, pag. 3)
No jornal GOYAZ ORGÃO DEMOCRATA de Sexta feira, 27 de Janeiro de 1.893, lemos que, por despacho telegráfico do comando do distrito foi comunicado ao comando desta guarnição que o cadete do 20 batalhão de infantaria, Arthur Abdon Povoa, foi escuso do serviço. O mesmo jornal, em 3 de março de 1.893, informa que está de saída para o Rio o inteligente moço Abdon Póvoa, digno filho do nosso amigo sr. major Paulo Francisco Póvoa. (aqui vemos mais um erro nos documentos da Câmara de Deputados onde, erroneamente cita que o pai de Abdon é Emílio Francisco Póvoa. Abdon era irmão de Emílio). Conforme o GAZETA DE NOTÍCIAS do Rio de Janeiro, o exame de Arthur Abdon Povoa foi no sábado, 8 de julho de 1.893, não conseguimos a nota ou avaliação.
No jornal CORREIO PAULISTANO - ORGAM REPUBLICANO de São Paulo, Quarta Feira, 11 de abril de 1.894, temos uma afirmação onde Arthur Abdon Povoa foi aluno de história universal do Curso Anexo da Faculdade de Direito de S. Paulo, onde, juntamente com outros colegas, acudiram ao convite do distinto lente da mesma cadeira e, espontaneamente, concorreram para o pagamento da dívida de gratidão nacional contraída com o eminente cidadão que em vida chamou-se coronel Gomes Carneiro, oferecendo um pequeno óbulo para ser aplicado à educação dos filhos de soldado heróico, que morrendo com a coragem de um espartano no cerco da Lapa, legou a todos os brasileiros e principalmente à mocidade, um exemplo digno de imitação. No Curso Anexo, em 10 de abril de 1.894, Arthur Abdon Povoa contribuiu com 2$000 réis. Assim, os dignos discípulos do dr. Valóis de Castro, professor de história no Curso Anexo, praticaram um nobilíssimo ato de franca e espontânea generosidade, digno dos maiores encômios. Assim, em 20 de julho de 1.894 temos Arthur Abdon Povoa plenamente aprovado em Álgebra nessa mesma instituição de ensino.
No jornal O COMMERCIO DE SÃO PAULO de quarta feira, 9 de janeiro de 1.895, encontramos a avaliação mais baixa de Arthur Abdon Povoa, que foi simplesmente aprovado em História Universal, repetindo essa mesma avaliação em História do Brasil no jornal de quinta feira, 24 de janeiro de 1.895.
Em 1.897 foi eleito como Intendente Municipal de Formosa da Imperatriz o Sr. dr. Arthur Abdon Povoa. Subintendente: Moysés Pereira da Natividade. Suplente do Subintendente: José Fernandes de Sousa.
Na sessão de 12 de janeiro de 1.898, foi aprovado o projeto sobre o Regulamento da instrução pública municipal, oferecido pelo Intendente, Arthur Abdon Povoa. Lei nº 27, de 7 de janeiro de 1898. Em seu mandato, ainda, em sessão extraordinária de 10 de outubro de 1.898, foram tomadas medidas para combate da peste, conhecida como bexiga, que se alastrava nas proximidades da cidade. Ele também empregou a quantidade de 600$000 para abastecimento de água aos moradores da cidade.
Através do Decreto nº 444, de 18 de Janeiro de 1.899, o presidente do Estado, de acordo com a proposta do dr. chefe de polícia, resolve nomear para os cargos de delegados de polícia, sub-delegados e respectivos suplentes os seguintes cidadãos, a saber: TERMO DE FORMOZA: Delegado, - Arthur Abdon Póvoa; Suplentes Cesário Bellarmino, Justino da Silva Rangel e Felix de Souza Villa Real. Sub-delegado, - João Gonçalves de Oliveira; Suplentes Manuel Pereira dos Santos, Isaias Pereira da Costa e João José da Costa Pinto. Sub-delegado de Santa Roza, - Antonio Gonçalves de Barros Sambainha; Suplentes, Cyriaco Soares Andrade, Antonio Pereira Pinto e Desiderio Martins.
Através do Decreto n. 492, de 2 de Junho de 1.899, o presidente do Estado resolve conceder ao cidadão tenente coronel Raymundo Augusto Maranhão a exoneração que pediu do cargo de promotor público da comarca da Capital e nomear para o mesmo o cidadão Arthur Abdon Póvoa. O Secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública o faça executar. Palácio da Presidência do Estado de Goyaz, 2 de Junho de 1899, 11º da República. URBANO COELHO DE GOUVÊA. José Xavier de Almeida. No mesmo dia 2 foi nomeado para o cargo de promotor público o "capitão" Arthur Abdon Póvoa (grifo nosso).
Em 09 de fevereiro de 1.899, tem um requerimento de Gustavo Póvoa, coletor e administrador de Formosa, pedindo a substituição da fiança que prestou por outra consistente em dois prédios sitos nessa cidade pertencentes aos srs. major Joaquim Pereira Dutra e Arthur Abdon Póvoa. Que fosse juntada procuração dos proprietários dos prédios.
Em 18 de abril de 1.899, a Secretaria de Finanças do Estado comunica ao administrador e coletor de Formosa que deixou de propor ao Sr. Presidente do Estado a nomeação do Sr. Arthur Abdon Póvoa para o cargo de Escrivão dessas estações por ser incompatível com o Sr. Eactor por serem irmãos.
Na sessão de 21 de julho de 1.899, o intendente municipal, Arthur Abdon Povoa, oficiou ao Conselho, renunciando o cargo, por ter sido nomeado Promotor Público da Capital e, ao mesmo tempo, agradecendo ao Conselho, como representante do município, a honra que lhe foi concedida, escolhendo-o para tão elevado, quão importante cargo.
Através do Decreto n. 518, de 7 de agosto de 1.899, o Presidente do Estado, de acordo com a proposta do dr. chefe de polícia, resolve conceder ao capitão Arthur Abdon Póvoa a exoneração, que pediu, do cargo de delegado de polícia do termo de Formosa e nomear para o mesmo o capitão João de Souza Villa Real.
Em fevereiro de 1.900, o gerente da casa BULHÕES & COMP., Tancredo de Bulhões, previne aos fregueses que estavam em atraso, que a partir dessa data encarregou ao cidadão Arthur Abdon Povoa de liquidar  judicialmente com os devedores da dita casa.
O jornal GOYAZ ORGÃO DEMOCRATA de Sábado, 4 de Agosto de 1.900, em sua notícia sobre a eleição de Senadores e Deputados informa: "Os membros do Diretório Central do Partido Republicano, tendo ouvido previamente a todos os chefes do mesmo partido nas diversas localidades do Estado e recebido respostas e indicações, e de acordo com as opiniões apresentadas, recomenda aos sufrágios eleitores a seguinte lista de candidatos a Senadores e a deputados, esperando da boa vontade nunca desmentida, do patriotismo e da solidariedade política, o apoio e esforço de todos os correligionários. Bernardo Antonio, Simão de Souza Rego e Carvalho e outros. Para deputados do 7º círculo - Formosa, Mestre d'Armas e Santa Luzia: - Arthur Abdon Póvoa e capitão Antonio Augusto Teixeira (na edição de 30 de agosto o nome do capitão está como Antonio Augusto de Carvalho).
Em ofício no dia 2 de outubro de 1.900, em aditamento ao ofício nº 218, de 20 de setembro último, declara que o cidadão Arthur Abdon Povoa foi contratado para reger temporariamente a cadeira de geometria do Lyceu desta capital a razão de 8$000 por cada preleção.
No jornal GOYAZ ORGÃO DEMOCRATA de Terça feira, 5 de Março de 1.901, uma doutrina jurisprudencial, influenciada também por Arthur Abdon Povoa, onde trata que o promotor público que acumula funções de curador de massa falida, constituindo-se procurador e advogado de um credor, deve desistir do patrocínio da causa, sendo aberta falência ao devedor.
Em 4 de junho de 1.901, junto a outros deputados e senadores, o deputado Arthur Abdon Povoa participa da sessão do Congresso Estadual para apuração da eleição procedida a 2 de março último para os cargos de presidente e vice-presidente do Estado, no quatriênio de 1.901 a 1.905. Foram eleitos: para Presidente - doutor José Xavier de Almeida, advogado, residente na capital deste estado, com 28.568 votos, derrotando o segundo colocado coronel Francisco Leopoldo Rodrigues Jardim, que obteve unicamente 37 votos; para Vice Presidente - coronel Bernardo Antonio de Faria Albernaz com 13.350 votos.
Em Janeiro de 1.902, foi cobrado de Arthur Abdon Povoa, o montante de 22$000 de imposto para exercer a profissão de curador, profissão essa que ele exercia na capital de Goyaz, na Praça 1º de Junho.
Em 25 de janeiro de 1.902, Arthur Abdon Povoa já aparece como Promotor Público da capital de Goyaz, exigindo de Hippolito de Salles Maciel Perna e Estanistláo Gomes de Mello, o cumprimento da lei de terras, publicando o ofício.
Em 15 de abril de 1.902, Arthur Abdon Póvoa, promotor público da comarca da Capital, despacha um requerimento pedindo mandar pagar-lhe a importância da ajuda de custo q que tiver direito pela viagem à sede do termo do Alemão, onde vai, a serviço de seu cargo, funcionar na sessão do juri que ali se instalará a 20 do corrente mês, em cumprimento do disposto no art. 3º, §6º do Cod. do Proc. Crim. do estado. Não havendo na lei orçamentária vigente verba para pagamento de ajudas de custo aos promotores públicos quando em serviço do juri, fora da sede da comarca, deixa por isso de atender ao pedido do suplicante, cuja pretensão é aliás justa.
Em 27 de abril de 1.902 chegou inesperadamente na capital de Goyaz o nosso eminente chefe senador Leopoldo de Bulhões, demorando apenas 5 dias. Na sua partida, dia 2 de maio, entre outros correligionários, estavam os deputados João Serradourada e Arthur Abdon Póvoa.
Um fato curioso foi em 23 de maio de 1.902, onde o Sr. Dr. José Xavier de Almeida, Presidente do Estado de Goyaz, encaminha um ofício ao intendente do município de Formosa, declarando-lhe que não tendo o cidadão capitão Arthur Abdon Povoa recolhido aos cofres desta Secretaria a quantia de 1:000$000 réis de que trata o seu ofício de 17 de março último, por conta da dívida desse município para com o Estado, autoriza-lhe a recolher na Coletoria dessa cidade as quantias destinadas ao pagamento da mesma dívida, conforme solicitou no citado ofício.
No dia 24 de junho de 1.902, devido o Sr. Arthur Abdon Póvoa estar com assento na Câmara dos Deputados, ele passa o cargo de promotor público para o sub-promotor, cidadão Arthur Loyola.
Em 30 de junho de 1.902, completou mais uma primavera o nosso caro amigo major Arthur Abdon Póvoa, distinto deputado estadual e íntegro promotor público desta Capital. Os seus numerosos amigos não quiseram que passasse despercebido tão faustoso dia e à noite foram cumprimentá-lo juntamente com o club Bellini. Houve concerto de flauta, rabeca e violão; cantaram-se alguns romances, e foi servido depois uma mesa de chá. Trazemos também nossas felicitações ao major Póvoa.
Em 25 de julho de 1.902, houve um comunicado para os convenientes fins, que tendo se encerrado, ontem, a 2ª sessão da quarta legislatura do Congresso do Estado, reassumiu o exercício de seu cargo o promotor público da comarca da capital, cidadão Arthur Abdon Póvoa, membro da Câmara dos Deputados, conforme comunicou em ofício daquele dia.
No jornal GOYAZ ORGÃO DEMOCRATA de Terça feira, 17 de Março de 1.903, na página 3, na Lista dos alunos matriculados na 1ª série do curso da Academia de Direito do Estado de Goyaz, em 10º lugar está Arthur Abdon Póvoa, filho legítimo de Paulo Francisco Póvoa, natural deste Estado, com 32 anos de idade. Olha aqui a curiosidade, tanto apoio na questão de direito e, somente agora Arthur Abdon Póvoa começa realmente os estudos nessa área.
Em 18 de junho de 1.903, novamente o capitão Arthur Abdon Póvoa comunica ao Sr. Dr. José Xavier de Almeida, Presidente do Estado de Goyaz que, no dia anterior, deixou o exercício do cargo de promotor público da comarca da Capital, visto achar-se com assento na Câmara dos Deputados.
Em 14 e 19 de novembro de 1.903, Arthur Abdon Póvoa presta exames finais da 1ª época na Academia de Direito de Goyaz. No dia 14 ele prestou 3 exames e no dia 19, em exame oral, ele fez as provas de Filosofia e História do Direito, Direito Público e Constitucional  e Direito Criminal (Teoria). No resultado das provas expedido em 22 de novembro, vemos que Arthur Abdon Póvoa e Antonio Perillo são os dois alunos que foram aprovados com distinção, ou seja, superaram muito além das expectativas.
Em 17 de outubro de 1.904, pelo Conselho Municipal, foi apurada a eleição, procedida a 7 de setembro próximo passado, para dois Deputados Estaduais, por este círculo, tendo sido eleitos: Dr. Arthur Abdon Povoa e Olympio Jacintho de Almeida. Este perdeu o mandato por não comparecer à Câmara, que se reuniu em duplicata, embora fosse diplomado por ambas.
Em 24 de Novembro de 1.904, o resultado das provas  no 2º ano do curso da Academia de Direito do Estado de Goyaz, vemos na 1ª cadeira do 2º ano somente Arthur Abdon Póvoa aprovado com distinção, na 2ª cadeira ele repete a façanha junto com Antonio Perillo e Odorico Gonzaga de Siqueira, repetindo ainda a façanha na 3ª cadeira, juntamente com os colegas anteriores e outros que, distintamente honraram os estudos e celebravam a verdadeira justiça em suas defesas orais das suas provas.
Em 29 de novembro de 1.904 temos um ofício encaminhado à Secretaria de Finanças rogando mandar pagar pela verba do §38 do art. 4º do orçamento vigente, ao cidadão Arthur Abdon Póvoa, procurador do dr. Emílio Francisco Póvoa, juiz de direito da comarca de Formosa, a ajuda de custo a que tiver direito pela viagem por este feita à villa de Mestre d'Armas afim de presidir à sessão do juri instalada no dia 10 do corrente mês, conforme a certidão que se-lhe remete.
No dia 9 de maio de 1.905 foi emito ao exmº. sr. dr. Presidente do Estado: Levando ao conhecimento de S. Exª. que o 1º secretário da Câmara dos Deputados participou em ofício sobre n. 4 de ontem datado, haver essa corporação reconhecido e proclamado com as formalidades regimentais os seguintes deputados: Luiz Guedes de Amorim e Olegário Delfino Rodrigues, pelo 1º círculo; João da Rocha Lima e Abel Coimbra Ramos, pelo 2º círculo; Antonio Perillo e José Martiniano de Faria, pelo 3º círculo; João Vicente da Costa Campos, pelo 4º; Francisco Lopes de Moraes e Francisco Perillo Junior, pelo 5º; Arthur Abdon Póvoa e Olypio Jacintho de Almeida, pelo 7º; Luiz Marcellino de Camargo Junior e Raymundo Pinto de Castro, pelo 8º; José Gonzaga Socrates de Sá e José Licinio de Miranda, pelo 9º. Antonio Augusto de Carvalho e João Honorato Pinheiro, pelo 10º; Luiz Godinho e Daniel dos Anjos pelo 12º círculo.
Em 1 de julho de 1.905, na cidade de Goyaz, em um dia de alistamento militar, aparece novamente o nome na lista de Arthur Abdon Póvoa, seria o Arthur Filho? Pois bem sabemos que o nosso amigo Arthur Abdom Póvoa já era capitão na época e inclusive estava como Deputado Estadual.
Em 18 de julho de 1.905 foi publicado um aviso ao cidadão Arthur Abdon Póvoa declarando lhe haver esta secretaria ficado ciente de ter ele reassumido o exercício do cargo de promotor público da comarca da Capital, visto haverem se encerrado os trabalhos do Congresso do Estado do qual fazia parte como Deputado. Somente a título de esclarecimento, foi no dia 15 de julho que ele reassumiu o posto.
Através de uma portaria datada de 3 de outubro de 1.905, Arthur Abdon Povoa foi nomeado para exercer o cargo de Delegado Literário do distrito de Sant'Anna desta Capital. Na portaria do dia 16 de novembro de 1.906 é exonerado desse cargo e nomeado para substituí-lo o desembargador Emílio Francisco Póvoa.
Em 10 de outubro de 1.905 percebemos um ofício pedindo-lhe mandar pagar, pela verba do §2º do art. 4º do orçamento vigente, ao cidadão Arthur Abdon Povoa, procurador do coronel Herculano de Campos Meirelles, Senador Estadual, a importância de ajuda de custo a que tiver direito pela viagem que fez de Santa Luzia a esta Capital para os trabalhos do Congresso e o subsídio pelo seu comparecimento no Senado de acordo com a folha organizada na respectiva Secretaria.
Em 24 de novembro de 1.905, realizando as provas do 3º ano da Academia de Direito, colhemos os louros de Arthur Abdon Póvoa aprovado com distinção em primeiro lugar em todas as cadeiras que foi avaliado.
Em 16 de dezembro de 1.905 acontece a vigorosa Colação de Grau de nosso ilustre Arthur Abdon Póvoa, a qual descreverei nas linhas seguintes, mantendo a linguagem e gramática da ata de colação de grau.
Academia de Direito
Collação de grau
Realisou-se no dia 16 do corrente, a 1 hora da tarde, no salão principal do Curso Annexo á Escola Normal, a collação de grau aos bachareis da primeira turma da Academia de Direito.
O salão estava ricamente ornamentado, destacando-se o quadro com os retratos dos bacharelandos, á direita do qual estava um com o retrato do Director da Academia dr. Alves de Castro, e á esquerda outro com o retrato do fundador dr. Xavier de Almeida.
Aberta a sessão solemne pelo Director, á qual compareceram os lentes desembargadores Luiz Gonzaga Jayme, Coriolano Augusto de Loyola, drs. Sebastião Fleury Curado e Vicente Miguel da Silva Abreu, faltando com causa participada o desembargador Antonio Pereira de Abreu, lida e approvada a acta da sessão anterior, foi nomeada uma commissão compostas dos lentes Coriolano de Loyolla, Fleury Curado e Vicente de Abreu para receberem o presidente do Estado, a quem compete conferir o grau na forma dos Estatutos da Academia.
Introdusido no salão com todas as formalidades, o exm. sr. coronel Presidente do Estado tomou assento á direita do Director da Academia.
Feita a chamada, o graduando mais antigo Antonio Perillo, requereu á s. exª. que lhe conferisse, assim como aos seus companheiros de turma, o grau de bacharel em sciencias juridicas.
Deferido o requerimento e, depois de prestado o devido compromisso, o exmº. sr. Presidente conferiu o grau aos bacharellandos Antonio Perillo, Arthur Abdon Póvoa, João Cardoso d'Avila, Arthur Pereira de Abreu, Odorico Gonzaga de Siqueira, Domingos Ferreira da Silva, Mario de Alencastro Caiado, Rodolpho Luz Vieira, José Bernardino Rodrigues de Moraes, João Marimbondo da Trindade, Saturnino de Azerêdo, Horacio José de Azevedo, Ayrosa Alves de Castro, João da Costa e Oliveira, Coriolano Xavier Brandão e Pedro Pinheiro de Lemos.
Fallou em nome da turma o bacharelando Arthur Abdon Povoa; respondendo-lhe o paranympho dezembargador Luiz Gonzaga Jaime, lente de Direito Criminal e membro do Superior Tribunal de Justiça do Estado.
Ambos os discursos, admiraveis pela forma e erudicção, foram muito applaudidos. 
Depois de lavrada e aprovada a acta dos trabalhos, foi a sessão encerrada pelo Director. 
A solennidade foi extraordinariamente concorrida, notando-se grande numero de familias das mais distinctas, representantes do Senado, da Camara dos Deputados, do Superior Tribunal de Justiça e demais auctoridades estaduaes, administrador dos correios, lentes do Lyceu e da Eschola Normal e membros das outras classes sociaes.
Os novos bachareis foram vivamente cumprimentados. 
Durante o acto tocou a banda do corpo policial do Estado.
Pela manhã foi celebrada na Igreja da Boa Morte uma missa em acção de graças, a que assistiu toda a turma, sendo celebrante o vigario padre Joaquim Confucio de Amorim.
A' noite houve um sumptuoso baile no edificio da Academia, com uma concurrencia pouco commum.

Na MENSAGEM do ESTADO DE GOYAZ enviada ao Congresso na abertura da segunda sessão da quinta legislatura pelo Presidente do Estado MIGUEL DA ROCHA LIMA de 1.906, na página 27 temos a notícia do Ensino Superior: Durante o anno findo terminaram o curso de sciencias juridicas na Academia de Direito do Estado 16 estudantes, que receberam o respectivo grào em sessão solemne, no dia 16 de Dezembro ultimo. Pelos bacharelandos orou o graduando Arthur Abdon Povoa, servindo de paranympho da turma o illustrado desembargador Luiz Gonzaga Jayme.
Através do Decreto nº 1677, de 9 de junho de 1.906, nomeia, de acordo com a proposta do Superior Tribunal de Justiça, o bacharel Arthur Abdon Póvoa, promotor público da comarca da Capital, para o cargo de juiz de direito de Formosa. Em 12 de agosto de 1.906 Dr. Arthur Abdon Póvoa assume como Juiz de Direito da comarca de Formosa.
Através do Decreto nº 1720, de 14 de Agosto de 1.906, percebemos que o deputado dr. Arthur Abdon Póvoa renunciou o seu mandato pelo sétimo círculo, conforme as comunicações expedidas pelas respectivas casas do Congresso. Posteriormente, em 20 de maio de 1.907, foi comunicado ter sido eleito, reconhecido e proclamado deputado pelo 7º círculo, com a renúncia do dr. Arthur Abdon Povoa, o sr. Arthur Loyola.
Na ata da 64ª sessão ordinária do Superior Tribunal de Justiça do Estado de Goyaz, em 21 de setembro de 1.906 foi comunicado que em 7 de agosto de 1.906 ter o bacharel Arthur Abdon Póvoa assumido o cargo de juiz de direito da comarca de Formosa. No cargo de Promotor Público que o mesmo tinha na comarca da Capital, foi nomeado por decreto de 9 de junho, o bacharel Antonio Perillo.
Em 10 de novembro de 1.906, o dr. Arthur Abdon Póvoa, juiz de direito da comarca da Formosa, na forma da lei, regulamenta via edital a ocupação para o cargo de Tabelião Público Judicial e notas e anexos do termo e comarca de Formosa, regularizando o cidadão Leolino Cezar de Souza posteriormente.
Na lista de antiguidade dos Juízes de Direito do Estado de Goyaz organizada em 31 de dezembro de 1.906, percebemos que Arthur Abdon Povoa foi nomeado por decreto de 9 de junho de 1.906, assumindo o exercício do cargo em 7 de agosto de 1.906.
Em 15 de fevereiro de 1.907 a comissão de revisão do alistamento Eleitoral do Município da Capital do Estado de Goyaz fez saber da exclusão, por mudança de residência, do alistamento eleitoral de Arthur Abdon Póvoa.
Dia 05 de agosto de 1.909 foi comunicado que o juiz de direito da comarca de Formosa, bacharel Arthur Abdon Póvoa, entrou a 25 de julho findo no gozo de uma licença de 30 dias, que lhe foi concedida, para tratar de sua saúde.
Em 23 de dezembro de 1.909 foi comunicado via ofício que o Juiz de Direito da comarca de Formosa, coronel Arthur Abdon Póvoa reassumiu o exercício de seu cargo no dia 5 de dezembro, tendo renunciado o resto da licença em cujo gozo se achava. Ao retomar o serviço, uma das questões públicas que ele assinou foi o edital buscando interessados em tomar conta do Tabelionato de Mestre d'Armas (Planaltina).
No jornal O PLANALTO de 14 de janeiro de 1.911, na página 2, temos outra grandiosa colaboração do nosso amigo Arthur Abdon Povoa conforme segue:
Postaes Formosenses
Aos caros leitores de "O Planalto", os nossos cordialíssimos cumprimentos de boas festas.
De boas, de ótimas festas foi aqui para esta nossa cara terra o despontar risonho do ano novo.
Conforme havia-se previamente combinado, foi solenemente instalada ontem, 1º de janeiro, nesta cidade, a sublime instituição instrutiva e recreativa - Grêmio Literário Desembargador Emílio Póvoa -, ficando assim composta a sua diretoria: Presidente, major Olympio Jacintho; vice presidente - dr. Arthur Abdon Povoa; 1º secretário - José Theodolino; 2º secretário - Eneas Wilson Barreto; tesoureiro - capitão José Vianna Lobo.
Pela primeira vez o povo de Formosa teve ocasião de gozar as delícias de uma festa literária em que o entusiasmo atingiu as raias do delírio.
Mal a primeira aurora do novecentos e onze começara-se a enrubescer ao contato dos beijos escaldantes de Apollo, e já a expedita comissão de ornamentação composta de distintos e alegres rapazes auxiliados gentilmente pelas gracis senhoritas Anna e Balbina Prateado, atacava intrepidamente o respectivo serviço, que às três da tarde, era completo, nada deixando a desejar.
O vastíssimo prédio, onde devia se realizar a festa, ostentava já, então, um aspecto imponentemente festival e encantador!
Durante o dia que correu providencialmente esplêndido, claro, de um céu azulino e aquecido por um sol suavemente confortante, o assunto não variava. Só se falava da festa do Grêmio, que teria lugar às oito da noite.
Os relógios eram avidamente consultados a todo o instante.
Afinal soavam as sete horas e ouviu-se os primeiros rojões sucedidos pelo espoucar de bombões que se chocavam nos ares anunciando a aproximação da hora tão almejada.
Não se fazendo esperar, a afinadíssima filarmônica dirigida habilmente pelo distinto maestro Antônio Augusto de Oliveira, a essa hora, executando com arte um dobrado arrebatador, se dirigia pela rua do Visconde de Porto Seguro ao local da festa onde foi recebida com aplausos veementes do povo que rigorgitava já nos vastos salões profusamente iluminados.
Ali se achava presente a fina flor da sociedade formosense, inclusive o belo sexo que se fizera representar com admirável brilhantismo. Notava-se ali o mais expressivo contentamento, o mais vivo entusiasmo.
Às oito horas, em ponto, empossada a diretoria foi esta coberta por uma saraivada de pétalas de rosas atiradas por um grupo de belas meninas e gentis senhoritas ao som harmonioso do Hino Nacional. 
Sendo imediatamente declarada aberta a sessão literária, assomou à tribuna o major Olympio Jacintho que, com a sua peculiar eloquência, produziu um discurso arrebatador, externado as suas ideias com relação ao ato e traçando a biografia do ilustre Patrono do Grêmio, sendo as últimas palavras do distinto orador seguidas de uma estrondosa e entusiástica salva de palmas. 
Em seguida, usaram da palavra diversos outros sócios do Grêmio, destacando-se entre estes o exmº. sr. dr. Arthur Povoa, que discorreu admiravelmente, brilhantemente, sobre a -instrução- merecendo do auditório os mais delirantes aplausos.
Belas poesias, de alto valor literário foram recitadas pelos sr. Clarindo Augusto, Arthur Napoleão, Balduino de Castro e José de Castro.
O Grupo Cantor Juvenil dirigido pelo distinto cultor da voz - Raul Chaves, entoou durante a sessão, diversos e harmoniosos hinos, entre os quais, o formosense, da prodigiosa lavra do major Olympio Jacintho.
A sessão literária foi fechada à chave de ouro pelas gentis senhoritas Balbina e Anna Prateado, recitando aquela, com muita naturalidade, uma belíssima poesia e esta um bonito discurso análogo ao ato.
Depois de servido um copo de cerveja, deu-se começo a animada "soirè" que se prolongou até as duas horas da manhã.
O serviço de chá, do qual se encarregou gentilmente a exmª. sª. d. Maria José Chaves, na parte que lhe tocou, foi completo, nada deixando a desejar.
Foi enfim uma festa feliz, alegre e proveitosa para a sociedade formosense, e que será sempre lembrada com saudades por todos aqueles que tiveram a dita de assisti-la.
Parabéns ao major Olympio Jacintho.
Formosa, 2 de janeiro de 1.911.
J. THEODOLINO.

No JORNAL DO BRASIL de quinta feira, 22 de fevereiro de 1.912 mostra um fato grandioso acontecido aqui em Formosa no dia 20 de fevereiro de 1.912. Segue na íntegra essa reportagem, onde nosso grandioso Dr. Arthur Abdon Póvoa estava presente:
E. F. CENTRAL DO BRASIL
PROLONGAMENTO DA ESTRADA - A COLOCAÇÃO DA ESTACA INICIAL DOS ESTUDOS DEFINITIVOS, NO TRECHO DE FORMOSA A PALMA
Com a maior solenidade, realizou-se anteontem o ato da colocação da estaca inicial dos trabalhos do prolongamento da Central, no trecho de Pirapora ao Planalto.
Esse ato, que atraiu toda a população do Estado de Minas Gerais, proporcionou a esta toda a alegria e entusiasmo, ouvindo-se de quando em vez sucessivos vivas ao Marechal Hermes da Fonseca, Presidente da República e aos Drs. J. J. Seabra, ex Ministro da Viação e Paulo de Frontin, Diretor da Central.
O Dr. Astério Lobo, que representava o engenheiro Henrique de Morais que se achava ausente, por motivo de força maior, o Dr. Arthur Rios e seus auxiliares, quando se dirigiam para o ponto em que devia ser batido a estação, pouco além da praça de S. Vicente de Paula, no extremo Norte da cidade, foram acompanhados por uma comissão composta dos Dr. Herculano Lobo, Vice-Presidente do Estado; Dr. Arthur Abdon Povoa, Juiz de Direito da Camara; Rev. padres dominicanos Frei Manuel Maria e Frei Constancio Casset; Dr. Valeriano de Castro, Juiz Municipal; Modesto Moreira, Deputado Estadual; Major Olympio Jacintho, Presidente do Conselho Municipal e Paulino Lobo, Promotor Público.
Pouco antes de ser colocada a estaca, usou da palavra, interpretando os sentimentos da população de Formosa, o Major Olympio Jacintho, que fez algumas considerações sobre a solenidade, louvando os intuitos patrióticos do Presidente da República, do ex-Ministro Seabra e do atual Diretor da Central, procurando cada vez mais elevar o importante próprio nacional.
Em seguida, o Dr. Herculano Lobo, a convite do Sr. Major Olympio Jacintho, bateu a estaca referida, sendo por essa ocasião levantados estrepitosos vivas àqueles que concorreram para tão brilhante resultado.
Por todos presentes, foi visitado o ponto em que será construída a futura estação e no qual se observa uma trangente, que mereceu a atenção dos que ali estavam patrioticamente assistindo a um ato que revela o interesse em que está o governo de colocar a Central do Brasil no plano em que deve ficar pelo seu valor e real importância.
Foi logo depois entoado entusiasticamente o Hino Nacional pelos alunos do Colégio S. José, usando então da palavra o rev. Frei Manuel, que, pela sua vez saudou a comissão e ao governo.
Usou ainda da palavra o Dr. Cesar Duarte, que felicitou a comissão, congratulando-se com o povo, sendo depois servido a todos uma farta mesa de doces.
Foram tiradas várias fotografias pelos Srs. Candido Gomes e Francisco de Oliveira, dispersando-se todos em seguida com a firme convicção de que a Central do Brasil, de futuro, saberá agradecer os esforços daqueles que se tem batido pelo seu desenvolvimento e progresso, trabalhando sem desfalecimento e só visando colocá-la no seu verdadeiro lugar.
José Theodolino em sua coluna no semanário O PLANALTO de 13 de janeiro de 1.912, elucida esse momento com um floreio literário invejável: O povo formosense jamais sentira-se tão cheio de esperanças e tão entusiástica e justamente disposto ao regozijo. Desde o romper da risonha aurora, que fora saudada por uma salva de bombões, o aspecto geral da cidade se mostrava naturalmente festivo. A alegria tornara-se comunicativa e o entusiasmo atingira o auge. A hora aprazada - quatro da tarde - era esperada com ansiedade. À uma hora já era animadíssimo e desusado o movimento nas ruas, e às três, grupos de todas as classes sociais se convergiam de todos os pontos ao local onde devia ser plantada a estaca 0, além da Praça de S. Vicente de Paula, no extremo Norte da cidade. 
[...] Uma comissão, secundada pela elite da nossa sociedade e por compacta massa popular descia pela rua do Norte acompanhando os ilustres engenheiros d. Asterio Lobo, representando o distinto chefe da comissão, dr. Henrique de Novaes que, por motivos poderosos se achava ausente, dr. Manoel Pereira Ribeiro, dr. Arthur Rios e seus dignos auxiliares que se dirigiam ao local da festa. 
Logo após, obedecendo a mais completa ordem, desfilava-se pela mesma rua o corpo docente e discente do conceituadíssimo Colégio São José, dirigido nesta cidade pelas ilustres irmãs dominicanas. 
Aí estava a nota mais brilhante, mais emocionante da bela festa. A juventude sempre cândida, sorridente e feliz, formava ali um conjunto gracioso, encantador!...
Lindíssimas e inumeráveis bandeirolas com inscrições laudatórias ao marechal Hermes, aos drs. Seabra e Frontin, à ilustre comissão e a cada um de seus membros e ao Estado de Goyaz, eram garbosamente empunhadas pelas jovens e gentis alunas e inteligentes alunos que ali se achavam em número superior a 150.
Do numeroso préstito faziam parte salientíssima, excelentíssimas senhoras e distintas senhoritas da nossa sociedade.
Nos ares inúmeros rojões se cruzavam sucedidos pelo troar de bombões e o fumo produzido por estes se confundia com uma nuvem densa, que pairando sobre a cidade, ameaçava fracassar o programa daquela encantadora festa.
Mas o entusiasmo nem por isso diminuia, ao contrário, aumentava à proporção que se aproximava do local. 
Aí chegando se usou da palavra o ardoroso orador major Olympio Jacintho, que em nome do povo de Formosa, saudou aos ilustres hóspedes, fazendo as mais judiciosas considerações sobre o ato e brindando afinal ao marechal Hermes e aos seus dignos auxiliares da viação. 
O jovem e ilustre dr. Astério Lobo, com sua peculiar gentileza, agradecendo a saudação, declarou que sentia-se agradavelmente impressionado diante de tamanho entusiasmo dos formosenses e terminou convidando ao nosso venerando chefe coronel Herculano Lobo a dar as primeiras marteladas sobre a estaca 0, sendo em seguida dada a mesma honra ao major Olympio Jacintho. 
Pelo distinto engenheiro dr. Ribeiro foi o exm. sr. dr. Arthur Povoa convidado a fazer, pelo respectivo instrumento, a visagem da tangente belíssima onde terá de ser construída a futura estação.
Terminando esse ato foi pelos alunos do Colégio São José entusiasticamente entoado o Hino Nacional, depois do qual os aplausos prorromperam impetuosos e uníssonos à República Brasileira, ao seu excm. chefe, aos seus dignos auxiliares e afinal ao Estado de Goyaz. E uma saraivada de pétalas de rosas fora atirada profusamente sobre o grupo dos ilustres engenheiros.
Naquele momento delirava-se no auge do entusiasmo e, mal se voltara ao silêncio e já se fazia ouvir a voz vibrante do reverendíssimo Frei Manoel que sempre disposto a lutar pelo progresso desta nossa terra, saudava pela sua vez a ilustre comissão e ao governo da República.
Usou ainda da palavra o ilustre dr. César Duarte que, filho da altiva Bahia mostrou-se como ela cavalheiroso, saudando aos ilustres engenheiros e congratulando-se com o povo formosense pelo justo motivo daquele seu regozijo.
O simpático e ilustre astrônomo dr. Astério usou ainda da palavra para agradecer as últimas saudações que acabava de receber.
Em seguida, ali mesmo ao ar livre, foi servido um profuso copo de cerveja, depois de ter o habilíssimo fotógrafo da comissão, sr. Cândido Gomes, com o distinto auxiliar sr. Francisco de Oliveira, apanhado diversas vistas de grupos e paisagens proporcionados pela magnífica romaria.

Através do decreto nº 3172, de 27 de abril de 1.912, foi nomeado Chefe de Polícia do Estado o ilustre magistrado dr. Arthur Abdon Póvoa, juiz de direito de Formosa.
No jornal O PLANALTO de 11 de maio de 1.912 registra que já estavam a caminho de Goyaz, há 8 dias, o ilustre coronel Herculano Lobo, 2º vice presidente do Estado, que vai assumir a presidência, na ausência do sr. Gouveia, o distinto magistrado dr. Arthur Abdon Povoa, nosso futuro Chefe de Polícia, e o nosso excelente amigo José Theodolino Rocha. Segundo declarações feitas pelo coronel Lobo, é sua intenção olhar com desvelo esta zona, até aqui tão ingratamente esquecida pelos governos anteriores.
No CORREIO OFFICIAL DE GOYAZ de 13 de maio de 1.913, lemos a informação do Presidente do Estado que, tendo sido nomeado, pelo meu antecessor, Chefe de Polícia do Estado o Juiz de Direito da comarca de Formosa, sr. dr. Arthur Abdon Póvoa, só em 18 de Maio do ano passado assumiu o mesmo o exercício de seu cargo, no qual tem se revelado um auxiliar inteligente, enérgico e leal.
No CORREIO OFFICIAL DE GOYAZ de 28 de junho de 1.913, na página 4, Arthur Abdon Póvoa faz um grande relatório financeiro, onde ele resume com o seguinte: São estas as considerações que julguei do meu dever deixar consignadas neste breve relatório. Por elas V. Excia, verá quanto estamos atrasados em matéria de Polícia. Entretanto, a despeito de tudo isto, com prazer o digo, tenho tido a felicidade de ver mantida a ordem em todo o Estado. Goyaz, 7 de Abril de 1.913. 
Em 6 de novembro de 1.913, de ordem do Exmo. Sr. Dr. Presidente do Estado de Goyaz manifesta a satisfação ao Exmo Sr. Dr. Arthur Abdon Povoa, Chefe de Polícia, pela captura do célebre criminoso Miguelão, manifestando assim a sua satisfação pelo zelo, dedicação e atividade que Arthur Póvoa demonstra no desempenho do cargo de Chefe de Polícia, tornando-se, por esse motivo, credor dos louvores do Governo.
Na MENSAGEM do ESTADO DE GOYAZ enviada ao Congresso Legislativo pelo Presidente do Estado Dr. Olegario H. da Silveira Pinto, de 13 de Maio de 1.914, na página 14, referente ao departamento de Polícia, diz que Exerce o cargo de Chefe de Polícia deste Estado o distinto magistrado Dr. Arthur Abdon Povoa, que tem sabido dar cabal desempenho às suas funções, demonstrando em todos os seus atos muita inteligência e energia. Nesse tempo, aconteceu um "lamentável fato na romaria de Posse, Município de Corumbá" e, pesando bem a gravidade da situação, foi dado ordens para que o dr. Chefe de Polícia seguisse para Corumbá, a fim de proceder inquérito e apurar a responsabilidade dos criminosos. Com elevado critério e com inteira imparcialidade, nunca se afastando do seu modo de proceder e deveres como Juiz, tão corretamente agiu no desempenho dessa comissão, que recebi manifestações de agradecimento pelas providências que tomei e pelo cabal desempenho que deu o Dr. Chefe de Polícia a tão espinhosa missão. Deposito nesse digno magistrado inteira confiança, disse o Presidente. 
No JORNAL DO BRASIL de segunda feira, 19 de outubro de 1.914, nas notícias de Goyaz, lê-se: O JUIZ DE DIREITO DE FORMOSA GOYAZ, Afim de reassumir o exercício do cargo de Juiz de Direito de Formosa, partiu hoje, com esse destino, o Dr. Arthur Abdon Povoa, que exerceu o cargo de Chefe de Polícia durante o Governo do Dr. Olegario Pinto.
Em 15 de julho de 1.916 foi emitido um ofício comunicando que nesta data entrou no gozo de licença de um mês que, para tratamento de saúde lhe fora concedida pelo exm. sr. desembargador presidente do Superior Tribunal de Justiça, o Juiz de Direito da comarca de Formosa, bacharel Arthur Abdon Póvoa. No dia 5 de setembro fi emitido um ofício comunicando que em data de 12 de agosto o Juiz de Direito da comarca de Formosa, bacharel Arthur Abdon Póvoa, reassumiu o exercício de seu cargo tendo renunciado o resto da licença em cujo gozo se achava e lhe fora concedida pelo Presidente do Superior Tribunal de Justiça.
Na lista de antiguidade dos Juízes de Direito em efetividade contada até 31 de dezembro de 1.916, Arthur Abdon Póvoa já figura o 3º juiz mais antigo de Goyaz.
Em 1º de Março de 1.918, Arthur Abdon Póvoa, juntamente com outros formosenses como Valeriano de Castro, Souza Borba, Hugo Lobo, Paulino Lobo, entre tantos outros ilustres manifestaram ao então D. D. Presidente do Estado Exmo. Sr. Desembargador João Alves de Castro: Os abaixo assinados, diante o Governo honesto, justo e patriótico de V. Exa., a quem sempre tiveram em grande consideração e respeito, considerando um dever de todos quanto desejam o engrandecimento e bem estar de Goyaz, reunir aos de V. Exa., os seus esforços para mais prontamente alcançar o almejado fim ao qual se propõe o superior Governo de V. Exa. e que é elevar Goyaz a altura que merece, pelo respeito a autoridade e aos direitos de todos sem preconceitos e nem distinções, sentindo-se entusiasmados, cheios de confiança no presente e no futuro, pelas garantias de que todos se acham cercados; resolveram por este meio e com todo acatamento manifestar a V. Exa. o seu modo de sentir, protestando o mais leal e decidido apoio a V. Exa. e ao seu honrado Governo.
Em 3 de abril de 1.918, conforme o despacho nº 5829, foi aprovada a petição do cidadão Dr. Arthur Abdon Póvoa, Juiz de Direito da Comarca de Formosa, solicitando 90 dias de licença para tratamento de sua saúde.
Conforme ofício expedido dia 6 de julho de 1.918, foi comunicado, para os devidos fins, que a 18 de junho último, o juiz de direito da comarca de Formosa, Dr. Arthur Abdon Póvoa reassumiu o exercício de seu cargo, renunciando o resto da licença em cujo gozo se achava.
Em ofício datado do dia 27 de janeiro de 1.920, foi comunicado que em data de 1º do corrente o cidadão José Collecto de Moraes assumiu o exercício do cargo de Juiz de Direito da comarca de Formosa, cuja jurisdição lhe fora passada pelo Juiz de Direito efetivo, Dr. Arthur Abdon Póvoa. Entretanto, após esse ofício ainda vemos editais assinados por esse juiz e, mais tarde, há outro comunicado que em data de 31 de janeiro de 1.920 o juiz de direito da comarca de Formosa dr. Arthur Abdon Póvoa entrou no gozo de uma licença de noventa dias que por portaria de 28 do referido mês lhe foi concedida para tratamento de sua saúde.
Em ofício datado do dia 23 de dezembro de 1.920 foi comunicado que na data de 8 do corrente, reassumiu o exercício do seu cargo o juiz de direito da comarca dos Pyreneus, dr. Arthur Abdon Póvoa.
São vários os editais de demarcação e divisão de fazendas que são divulgados no CORREIO OFFICIAL DE GOYAZ com a assinatura do dr. Arthur Abdon Póvoa, Juiz de Direito da Comarca de Formosa.
Em 15 de novembro de 1.921, na cidade de Formosa foi fundado o comitê pró Nilo-Seabra, comunicando a realização de uma conferência pelo propagandista, neste estado, dr. Pedroso Pimentel no teatro que teve uma assistência seleta, estando presentes várias autoridades, ao todo mais de quatrocentas pessoas, presidente Arthur Abdon Póvoa, juiz de direito; Francisco Hugo Lobo, intendente municipal; José Vianna Lobo, deputado estadual; Gabriel Monteiro Guimarães e dr. Affonso Ribeiro Senna. Essa foi a chapa da dissidência!
No dia 7 de setembro de 1.922, no lançamento da pedra fundamental da futura capital da República, o dr. Arthur Abdon Póvoa esteve representando o sr. Presidente de Goyaz, coronel Eugênio Jardim. Ele foi o segundo orador. 
Conforme o jornal A NOITE de quinta feira, 25 de abril de 1.929, Arthur Abdon Póvoa e sua família, no dia da edição deste jornal, estavam na cidade de Silvestre Ferraz em Minas Gerais.
A partir de 1.931, Arthur Abdon Povoa já aparece como advogado na cidade de Goiaz (Goiás Velho), são várias as propagandas no jornal VOZ DO POVO tendo conseguido esse registro até 1.940.
No jornal A NOITE de quarta feira, 6 de outubro de 1.943 foi noticiado o falecimento do professor João Cancio Povoa, irmão do desembargador Emílio Póvoa e do juiz Arthur Abdon Póvoa, ambos da magistratura goiana.
Arthur Abdon Póvoa, que teve uma vida repleta de alegrias, viveu seus últimos dias em Silvestre Ferraz (hoje Carmo de Minas), onde faleceu e foi enterrado em 03 de março de 1.947.

FAMÍLIA
Tivemos a colaboração de d. Emilce Póvoa, neta de Arthur Abdon Póvoa.
Foto do batizado de Emilce. Janeiro de 1.942.
NA FRENTE: Hely, Helcy no colo de Arthur Póvoa, Helita, Cecil e Sueli nas pernas da d. Gertrudes.
ATRÁS: Paulo, Maria José, Mariquita, Cecy com Emilce nos braços, Emílio e Arthur Francisco.

Paulo Francisco Povoa casou com d. Luzia Serradourada Póvoa, com quem teve os filhos:
- João Cancio Povoa;
- Emílio Francisco Póvoa;
- Gustavo Francisco Póvoa;
- Arthur Abdon Póvoa;
- Olimpia (...); e
- Zélia (...).

Arthur Abdom Póvoa casou com Gertrudes Dutra Póvoa, com quem teve como filhos: 
- Paulo Francisco Póvoa (neto);
- dr. Arthur Francisco Póvoa (médico); 
- Maria do Rosário Póvoa (Mariquita); e 
- dr. Emílio Abdon Póvoa, (médico e ex prefeito de São Lourenço MG (leia aqui) por 3 mandatos).
Maria do Rosário recebeu o apelido de Mariquita ou Quita para diferenciar das demais Marias do Rosário da cidade.
Emílio Abdon Póvoa foi o primeiro médico formado nascido em Formosa GO.

Paulo Francisco Póvoa não tivemos informações de descendentes. Era solteiro. Era advogado dos Correios e sempre morou no Rio de Janeiro.

dr. Arthur Francisco Póvoa casou-se com Maria José Reis Póvoa, com quem teve os filhos:
- Helita Póvoa Ferreira da Silva;

- Hely Póvoa;
- Helcy Póvoa;
- Artur Reis Póvoa; e
- Maria Helcita Póvoa Fonseca.

Maria do Rosário Póvoa, não tivemos informações de descendentes.

dr. Emílio Abdon Póvoa casou com d. Maria Aparecida Ferraz Junqueira (Cecy), com quem teve os filhos:
- Cecil;
- Suely;
- Emilce; 
- Maria Antonieta;
- Arthur José;
- Emílio;
- Luzia Helena;
- Paulo Sebastião;
- Gabriela Gertrudes; e
- Jussara Maria. 
Josely e Emília faleceram com poucos meses.

ALGUMAS FOTOS DA FAMÍLIA
Formatura dos filhos de Arthur Abdon Póvoa: Emílio Abdon Póvoa a esquerda e Arthur Francisco Póvoa a direita


Emilce

Emilce e Suely

Família Emílio Abdon Póvoa

dr. Emílio Abdon Póvoa, primeiro médico formado nascido em Formosa GO, fez mais de 22.000 partos. Foi prefeito em São Lourenço MG.

dr. Emílio Abdon Póvoa em mais um aniversário

Dr. Arthur Francisco Póvoa que, ainda jovem, erradicou-se em Francisco Ferraz (hoje Carmo de Minas), onde foi um grandioso médico e também prefeito municipal.


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